Estado cede à pressão e aceita rever norma sobre partos

Vale do Taquari

Estado cede à pressão e aceita rever norma sobre partos

Proposta impediria procedimento em hospitais com pouca demanda

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Estado cede à pressão e aceita rever norma sobre partos
Vale do Taquari

O governo do Estado desiste de aprovar uma resolução que proibiria os procedimentos de partos em hospitais de pequenas e médias cidades, cuja demanda de nascimentos não atinja o número de 365 em um ano. Na segunda-feira, em reunião na sede da Famurs, o secretário estadual adjunto da Saúde (Sesa), Francisco Paz, explicou que cada município terá autonomia para decidir.

De acordo com a proposta original da Sesa, estruturas responsáveis por realizar menos de 365 partos por ano deixariam de prestar o serviço. Com a medida em vigor, todos os procedimentos seriam repassados para os hospitais referências de cada região. No Vale do Taquari, as demandas seriam direcionadas para as casas de saúde de Lajeado, Estrela, Arroio do Meio e Encantado.

Vice-presidente da Famurs, Marcelo Schreinert reitera a posição da federação. Para ele, a proposta original poderia afetar mais de cem municípios, acarretando em diversos problemas de “logística, sociais e econômicos”.

Para o secretário Paz, os hospitais que realizam partos em pequenas e médias cidades podem deixar de prestar o serviço e ingressar na rede de atendimento organizada pelo Piratini, mas de forma autônoma. Só nesse caso os procedimentos serão realizados em hospitais regionais de maior porte. “Os demais hospitais que não tiverem na rede continuarão a fazer partos. Nós não pretendemos fechar hospitais”, garante.

O tema será novamente debatido em encontros pré-agendados para este ano. A preocupação da Famurs, explica o assessor técnico da Área de Saúde da federação, Paulo Azeredo Filho, é garantir que as gestantes tenham um atendimento correto e humanizado.

Ele também questionava a responsabilidade pelo transporte dos pacientes, e se apenas a gestante teria direito ao deslocamento pago.

16ª CRS alertou municípios

Faz algumas semanas, a 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) iniciou uma série de reuniões com direções de hospitais de pequeno e médio porte. A proposta, agora rejeitada, previa, entre outros critérios, uma equipe mínima – residente na cidade – para atuar de sobreaviso, com quatro pediatras, quatro obstetras e dois anestesistas. A maioria das casas de saúde não atende o requisito.

Mesmo com a intenção de não obrigar os hospitais a encerrar com os procedimentos, a 16ª CRS deve insistir na medida. A ideia é tornar os quatro hospitais maiores (Lajeado, Estrela, Encantado e Arroio do Meio) centros de referências para outros municípios. Encantado, por exemplo, aumentaria de 400 para 700 partos por ano, atendendo até 17 cidades.

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