Novo corte na Selic reduz juros bancários

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Novo corte na Selic reduz juros bancários

Banco Central confirmou, na quarta-feira, maior redução da taxa básica desde 2009

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Novo corte na Selic reduz juros bancários
Brasil
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O Banco Central reduziu a taxa básica de juros em reunião do Copom realizada nessa quarta-feira, 12. É o quinto corte seguido na Selic e o maior nos últimos oito anos. Com a medida, o índice alcança os mesmos patamares de dezembro de 2014.

A justificativa do Banco Central para continuar a política de cortes na Selic é o controle da inflação. A nota oficial do Copom alega que houve consolidação da desinflação nos componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, como no setor de alimentos.

Após a decisão, parte dos principais bancos do país anunciaram reduções nos juros das operações de empréstimo. No Banco do Brasil, a queda mais expressiva foi para as linhas de crédito imobiliário nas contratações do sistema financeiro da habitação. O índice passa de 10,80% ao ano para 9,99%.

O Itaú definiu o repasse integral da redução aos clientes. A partir do dia 18, correntistas da instituição terão taxas 1% menores. Santander e Bradesco estabeleceram cortes mais modestos, na casa dos decimais.

A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) defendeu a decisão do Copom. Para a entidade, fatores com a redução do IPCA permitem acelerar a política de cortes nos juros com mais segurança.

Conforme o presidente da entidade, Heitor Muller, a continuidade dos cortes garante a continuidade da agenda de reformas previstas pelo governo federal. “A terceirização já foi um passo importante para modernizar a relação entre capital e trabalho. Aguardamos a aprovação das reformas trabalhista e da Previdência.”

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a decisão foi positiva, mas ainda é insuficiente diante de uma recessão que persiste. Em nota, a CNI afirma que o corte nos juros poderia ser mais ousado, devido à estimativa de que a inflação deste ano fique abaixo do centro da meta, que é de 4,5%.

“Uma redução maior permitiria a recuperação da produção e do emprego e a consequente retomada do crescimento econômico, sem comprometer a estabilidade dos preços”, diz a nota. A expectativa da CNI é de manutenção na política de cortes a ponto de derrubar o índice para um dígito.

Saiba mais

A taxa básica de juros é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação. Quando o índice inflacionário sobe acima do previsto, o governo costuma aumentar os juros para forçar uma redução na atividade econômica e frear o aumento de preços.

A Selic é usada em negociações de títulos públicos e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reduzir a taxa básica, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas abre margem para o crescimento inflacionário.

Nos últimos 12 meses, o Índice de Preços ao Consumidor acumula alta de 4,57%. Até 2016, o Conselho Monetário Nacional (CNM) estabelecia meta inflacionária em 4,5%, com margem de tolerância de 2%. Neste ano, o CMN reduziu a margem de tolerância para 1,5 ponto percentual.

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