Divergências no Partido Progressista (PP) levaram o prefeito a sair da sigla depois de 15 anos. O anúncio ocorreu nessa segunda-feira, após reunião com os funcionários em cargos de confiança (CCs), no Centro Administrativo. Eles foram orientados a permanecer no partido e tiveram a garantia que não teriam as funções prejudicadas.
Ontem à tarde, Renato Airton Altmann procurou o Cartório Eleitoral da 125ª Zona Eleitoral para dar baixa na filiação. Embora acredite na migração para outro partido, alega que a decisão deve ser tomada no próximo ano.
Altmann participou da primeira disputa eleitoral em 2004, quando concorreu a vice-prefeito. Desde 2008, responde pela administração da cidade. A decisão tomada às vésperas das eleições teve motivação a partir de pronunciamentos na câmara de vereadores. Embora não queira revelar os detalhes, afirma que não voltará atrás. “É irreversível. Tem situações na vida que não podemos postergar. Nunca tive medo de tomar decisões e tenho por hábito cumprir acordos.”
Embora a ruptura com o partido impacte na imagem do vice-prefeito que é pré-candidato pela coligação, Evandro Biondo (PMDB), Altmann continuará apoiando. Segundo ele, o acordo entre os partidos prevalecerá até o fim do ano. Para o prefeito, o atual cenário político passa por falência. “Falta ideologia política por parte dos partidos.”
Conforme o vice-prefeito Evandro Biondo (PMDB), a saída de Altmann não afetará a campanha. “A decisão foi unilateral, dele com o partido. Conversamos e ele me deu a palavra que continuaria me apoiando, então não me afetou.”
Cobrança na tribuna
Além dos ataques da oposição, na sessão da câmara de vereadores de quinta-feira passada, 9, a vereadora Mareli Lerner Vogel (PP) questionou a administração municipal sobre investimento dos R$ 700 mil que o Legislativo devolveu ao Executivo.
Segundo ela, o recurso deveria ser aplicado na saúde para melhorar o sistema. Além disso, destacou que não há esclarecimento sobre onde os recursos estão sendo aplicados.
Altmann se defende e diz que alguns dos apontamentos não condizem com a realidade. “O discurso em tribuna, somado a uma série de outros fatores pesaram na minha decisão” .
“Não há nada definido”, diz presidente do PP
A Hora – Altmann falou que costuma cumprir acordos e que alguns pronunciamentos na câmara motivaram a saída. Alguém do PP quer desarticular acordos?
Gilberto Frigo – Em nenhum momento. Se houve algum pronunciamento, foi entre duas pessoas. Como partido, não mudou nada. Sentimos por perder essa liderança que apoiamos por oito anos.
A Hora – O PP projeta eleição colocando candidato a prefeito?
Frigo – O partido sempre está disponível, temos lideranças pra isso, mas não se cogita nada no momento. Não há nada definido.
A Hora – Existe a possibilidade de o PP apoiar a atual oposição?
Frigo – O PP hoje é situação. Eu sou simples membro do partido e não decido nada sozinho, temos o diretório. Nada mudou, apenas um líder saiu do partido, assim como outros saíram e outros entraram também.
A Hora – As divergências apontadas estão relacionadas com o apoio ou não à candidatura de Biondo?
Frigo – Não tomamos decisões certas. Não definimos candidatos a vereadores e isso pode ter afetado um pouco. Não definimos se vamos como chapa única para vereadores ou se vamos paralelos com a coligação. Não houve definição proporcional sozinho ou a coligação.
