Filha e genro são julgados por populares

Lajeado

Filha e genro são julgados por populares

Suspeitos são acusados de matar com machadadas casal de idosos em junho de 2014

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Filha e genro são julgados por populares

Stanislau dos Santos e Ana Luiza Müller Dullius sentaram no banco dos réus pela primeira vez no início da tarde de ontem. Ambos sustentam a versão de inocência perante as denúncias da Polícia Civil e do Ministério Público (MP) sobre a morte do casal João e Isolde Müller Dullius, assassinados dentro de casa há um ano e meio.

Para o promotor de Justiça, João Francisco Ckless Filho, o casal é culpado pelos homicídios triplamente qualificados. O casal de suspeitos alternava momentos de choro e ansiedade na sessão de ontem, que iniciou às 9h15min e ainda prosseguia após as 21h (horário de fechamento desta edição).

A primeira pessoa a falar perante o juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Lajeado, Rodrigo de Azevedo Bortolli, foi a irmã de Ana Luiza, uma das primeiras a chegar na casa dos idosos após o crime.

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Ela lembra o momento em que viu os pais mortos. “Quando cheguei em casa, vi minha mãe com muito sangue. Vi que tinha vários golpes na cabeça e nas mãos. Saí para o pátio e vi meu pai deitado no chão, sem os dedos, e com a cabeça em uma poça de sangue.” Conta ainda que Stanislau e Ana Luiza estavam na casa.

O acusado, segundo a irmã, estaria sentado próximo à porta. “Estava meio atordoado. E a minha irmã pedia para auxiliarmos. Ele disse que havia sido agredido na cabeça e que alguém jogou um móvel sobre ele.”

Conforme o depoimento da irmã ao juiz, Ana Luiza só demonstrava preocupação com Stanislau. Antes de irem presos, três dias após o crime, o casal denunciado pelo MP participou do enterro de João e Isolde, onde não teria demonstrado uma emoção condizente com quem sofreu uma tragédia na família. “Eles chegaram a falar, naquele momento, que temiam a chegada da polícia”, lembra.

Ainda de acordo com depoimento da irmã, alguns dias antes do crime, João e Isolde viajaram para Gramado. Antes, João teria informado que iria conversar com a filha e com o cunhado, afim de tirar a limpo uma suposta clonagem de cartão de crédito do aposentado. “Ele pediu que rezássemos. Havia temor”, comenta.

Dívidas de Ana Luiza

A irmã confirmou que Ana Luiza mantinha um histórico de dívidas em conjunto com ex-companheiros. A suspeita teria pago dívidas com cheques dos pais por pelo menos duas vezes. Para os denunciantes, o crime teria relação com valores devidos pelos acusados ao casal de idosos.

Por fim, a irmã de Ana Luiza garantiu que a relação dela com os pais era boa. Afirmou que João e Isolde sempre ajudavam. Nesse momento, a ré chorou brevemente. Desde a prisão dos supostos criminosos, ambas se viram em duas oportunidades. “Quando visitei ela no presídio, perguntei: Ana, o que vocês fizeram? Ela me disse que não haviam feito nada.”

Ré admite mentiras

Stanislau manteve a tese de que sofreu agressões e afirmou se tratar de um assalto seguido de morte. Luiza também nega o envolvimento deles com a morte dos pais, mas admite ter mentido em relação a uma reunião marcada com um promotor de Justiça no dia do crime.

Sobre a cena do crime, diz ter encontrado primeiro a mãe na cozinha. “Fiquei em choque. Vi muito sangue e não mexi nela. Então, ouviu Stanislau pedir ‘socorro” e que o encontrou semi-acordado em um dos cômodos da residência.

Ana Luiza confirma ter visto ferimentos na cabeça de Stanislau, informação negada pela equipe do Samu que realizou atendimento ao réu. Hoje, eles ainda mantém relacionamento amoroso. “Não houve rompimento. Ainda nos comunicamos por carta.’ Sobre os pais, diz “não haver pessoas tão boas” e atesta. “A gente não matou eles.”

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