Lajeado – O edital do transporte coletivo no município está em fase de conclusão. A estimativa inicial do governo era lançar a concorrência em setembro. O novo modelo foi elaborado a partir de estudo. A empresa Dirigida Consultoria foi contratada para fazer um diagnóstico sobre a condição atual do serviço.
Iniciada em janeiro, a avaliação contempla os itinerários disponíveis, número de usuários, linhas e frota disponível. Os números contribuem para a formação da rede por onde passarão os ônibus, tipo de veículo e valor da tarifa.
Entre as novidades, estão a instalação de condicionadores de ar nos veículos, construção de um terminal central, onde os ônibus se concentrariam e o usuário poderia utilizar a passagem em outro veículo.
Outro destaque é a definição da planilha de custos, contendo itens como o preço do óleo diesel e pagamento de funcionários, que interferem no preço da passagem. Na semana passada, o Executivo recebeu da empresa um esboço do edital.
Conforme o secretário de Governo, Auri Heisser, a proposta visa otimizar o transporte coletivo. Como exemplo, cita o número elevado de linhas. Hoje, há 250 em 400 horários de segunda a sexta-feira. “Posso antecipar que teremos redução das linhas e mais horários.”
Pelo levantamento, a média diária de passageiros alcança oito mil. Duas empresas atuam de forma emergencial na cidade, a Ereno Dörr e a Scherer Transportes. A primeira atende 12 trajetos, enquanto a outra, sete.
De acordo com o secretário, a licitação deve ser aberta na metade de outubro. Depois disto, serão 45 dias para tornar o edital público. A estimativa do governo é que o vencedor do pleito seja conhecido em dezembro.
A ideia é implantar o novo sistema ainda no primeiro semestre de 2015. O início está condicionado ao andamento dos trâmites burocráticos.
Ônibus circular
Entre as possibilidades do novo sistema, está a implantação de linhas circulares. Segundo Heisser, o ônibus partiria dos bairros em direção ao centro. Caso o passageiro queira ir para outro bairro, ele faria uma interligação. Para fazer a troca sem pagar uma segunda tarifa, o usuário teria 20 minutos de prazo para trocar de condução.
Com relação aos abrigos de ônibus, o Executivo desenvolve um projeto de padronização. Até a homologação do vencedor da licitação, as estruturas serão adequadas, incluindo os horários e trajetos dos veículos. Hoje, do total de 420 paradas, apenas 202 têm proteção.
Serviço precário
Usuários reclamam do modelo de transporte coletivo atual. As pessoas consideram os ônibus desconfortáveis, além de criticar a falta de horários no fim de semana, as poucas linhas entre bairros, a sujeira nos veículos e a superlotação em horários de pico.
Moradora do bairro Planalto, Vânia Machado, 55, trabalha no centro como auxiliar de serviços gerais. Ela paga duas passagens por dia e considera o serviço ruim. “Leva mais de meia hora para sair daqui do bairro e ir até o centro.”
Moradora do bairro Montanha, Terezinha de Souza, 52, reclama dos atrasos dos ônibus. “Às vezes esperamos mais de 15 minutos.” Outra crítica dela é sobre a falta de itinerários nos fins de semana.