Vale do Taquari – Santas Casas, hospitais e entidades beneficentes de todo o país limitam os serviços ao longo do dia em sinal de protesto. A medida busca alertar a sociedade sobre a insuficiência de recursos alocados aos procedimentos e o crescente endividamento das instituições. Na região, além da promoção de campanhas, parte das entidades suspende cirurgias eletivas pelo SUS.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Vale do Taquari, André Lagemann, cabe a cada instituição definir a forma de participação no evento (confira relação no boxe). Serviços de urgência e emergência seguem sem alterações.
Ao todo participam quase 2,1 mil entidades – responsáveis por mais de 50% do total de atendimentos SUS no país. A maioria, inclusive no Vale do Taquari, prefere que funcionários e profissionais trabalhem com vestes pretas, representando o luto pelo setor, que amarga uma dívida de mais de R$ 15 bilhões – dos quais 44% com o sistema financeiro, 26% com tributos federais, 24% com fornecedores e 6% com passivos trabalhistas. No Estado, 245 hospitais participam.
O movimento foi definido na confederação nacional, em agosto. Na época, Santa Cataria, Paraná, Minas Gerais e Bahia foram os principais mentores da paralisação. “No Rio Grande do Sul, os problemas são menores se comparado a outras regiões, porque temos maior participação dos municípios e conseguimos amenizar o cofinanciamento.”
Reivindicações da classe
– Ampliação do custeio da média complexidade, passando a corresponder a 100% do valor contratado com o SUS.
– Incentivo ao custeio da alta complexidade, no mínimo, 20% do valor contratado com cada hospital nesta área.
– Ampliação do IAC cumulativo para os Hospitais de Ensino para 20%, bem como destinar recursos para pagamento integral de bolsas de residências médicas.
– Ampliação do Prosus para soluções de dívidas, alcançando juros máximos de 2% ao ano e prazos mínimos de 180 meses, com carência de três anos, tendo como parâmetro políticas atinentes ao setor da agricultura.
– Criação de linha de recursos de investimentos, a fundo perdido, aos moldes do Reforsus, tanto para tecnologias como para adequações físicas.
Cortes são pontuais
Bom Retiro do Sul. Funcionários da instituição usam vestes pretas em sinal de protesto, exceto setor de enfermagem que adota uma fita presa ao braço. O hospital optou por não agendar nenhuma cirurgia eletiva pelo SUS para hoje.
Boqueirão do Leão. Toda a equipe hospitalar preferiu usar apenas uma tarja preta. A instituição também não agendou nenhuma cirurgia eletiva pelo SUS para o dia.
Encantado. Panfletos com informações da campanha são entregues na recepção da entidade e um banner fica exposto em frente ao prédio. Funcionários vestem roupas pretas, exceto enfermeiros que usam tarja preta. Serviços seguem de forma normal.
Estrela. A equipe do hospital usa uma fita preta presa ao braço. Todos os funcionários são orientados sobre a campanha e as carências das entidades. Hoje, não são feitas cirurgias eletivas pelo SUS.
Arroio do Meio. A instituição busca conscientizar pacientes sobre as carências dos hospitais. Ocorre redução no número de cirurgias eletivas pelo SUS.
Cruzeiro do Sul. A direção da entidade optou pelo uso de tarja preta presa ao braço de todos os funcionários. Também não são feitas durante o dia cirurgias eletivas pelo SUS.
Teutônia. Nove cirurgias eletivas pelo SUS pré-agendadas para hoje foram remarcadas.
Lajeado. HBB apoia, mas não previu nenhuma alteração nos agendamentos do dia devido à necessidade do cumprimento de contratos.
Progresso. Nenhuma cirurgia eletiva via SUS foi agendada para hoje. Cartazes, banners e mudanças na vestimenta foram descartadas.