Lajeado – A UPA recebeu reforço nos últimos dias. Em agosto, havia 55 servidores efetivos atuando no local. Hoje, o número divulgado pela administração municipal é de 77. Também atuam 31 médicos plantonistas, o que totaliza um montante de 108 profissionais à disposição dos pacientes. Executivo negocia nesta sexta-feira os valores acordados no contrato com a Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV).
De acordo com o secretário da Sesa, Glademir Schwingel, nos últimos dias foram chamados 32 funcionários que passaram por processo seletivo simplificado. Dos atuais 77 servidores, 60 já têm carteira de trabalho assinada. Os demais recebem por meio do Recibo de Pagamento Autônomo (RPA). Há também 31 médicos, com carga de 20 horas semanais, que se revezam. Com isto, esclarece o secretário, são mantidos dois médicos 24 horas por dia na unidade.
Hoje são atendidos cerca de 4,5 mil pacientes por mês. O número é superior ao verificado nos primeiros meses após a inauguração, quando pouco mais de três mil pessoas se dirigiam até a unidade instalada no bairro Moinhos D’água. Com a UPA, a média mensal de atendimentos no Setor de Emergência do Hospital Bruno Born (HBB) caiu pela metade. Diretores da instituição enaltecem o fato, pois, segundo informações, mais de 70% dos casos não eram urgentes.
Schwingel divulga nota à imprensa sobre recentes críticas recebidas por vereadores durante sessões do Legislativo, em reportagens na impresa local. A principal questão diz respeito aos gastos por mês para manter em funcionamento a unidade. O parlamentar Carlos Ranzi (PMDB) apresentou comparativos com outras UPAs do Estado. Para ele, há discrepâncias nos valores.
Segundo Ranzi, o município desembolsa cerca de R$ 900 mil por mês. Por contrato, deveriam ser R$ 928 mil. Ele compara a unidade de Lajeado (porte 2) com a de Venâncio Aires (porte 1), cuja manutenção custa R$ 420 mil mensais para 90 funcionários. Cita também as UPAs de Novo Hamburgo (R$ 572 mil mensais) e Santa Rosa (R$ 600 mil mensais), além da estrutura de São Leopoldo ( porte 3), e com despesas mensais girando em torno de R$ 1,1 milhão.
O secretário rebate. Afirma que a FHGV recebeu R$ 3,8 milhões desde março. Em julho, por exemplo, o custo da unidade foi de R$ 492 mil. Schwingel diz que a UPA teve um custo acumulado de R$ 2,6 milhões até o fim de julho. Outros R$ 1,2 milhão estariam guardados no Fundo de Reserva para custos eventuais, garantias e causas trabalhistas. “De todos esses valores empregados, R$ 1,5 milhão são recursos estaduais. O restante é da administração municipal.”
Economia com novo contrato
Schwingel confirma que o município não paga o valor acordado no contrato, que prevê um repasse mensal de R$ 928 mil para cerca de 300 atendimentos diários e 111 servidores. “Esse valor era uma estimativa que levava em conta previsões de atendimentos e quadro de funcionários. Como ficou abaixo, seria injusto nós pagarmos o valor total”, esclarece.
Ele pretende firmar na próxima sexta-feira o novo contrato entre administração municipal e FHGV. O valor proposto pela mantenedora da UPA é de R$ 750 mil mensais, cerca de R$ 180 mil a menos em relação ao acordo em vigência. Schwingel também anuncia novo repasse de R$ 1 milhão por parte do Estado. “O dinheiro já esta disponível no Fundo Estadual da Saúde, e pode ser liberado a qualquer momento.”
Mais médicos e recursos
O Ministério da Saúde deve autorizar a qualificação da UPA neste mês. Os valores repassados pelos governos estadual e federal devem chegar a pouco mais de R$ 600 mil mensais. A União exige quatro médicos atuando no período diurno, e dois durante a noite. O aumento no número de servidores se justifica ainda pelo convênio com o Samu.