Feira para atestar qualidade da erva

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Feira para atestar qualidade da erva

Femate é a oportunidade para divulgar programas de controle e evitar fraudes

Vale do Taquari – O inquérito instaurado pelo Ministério Público para investigar a qualidade da produção em junho abalou o setor produtivo. O processo foi movido após o Ministério da Saúde Pública do Uruguai detectar chumbo e cádmio acima dos padrões permitidos em lotes importados do Brasil. Na época 200 toneladas foram retiradas do mercado uruguaio.

01A realização da 7ª Femate, que inicia hoje em Arvorezinha, é vista por produtores e indústrias como a oportunidade para atestar a qualidade da matéria-prima e divulgar os programas de controle para evitar fraudes desde a lavoura até os mercados.

Para o técnico em Agropecuária, Cleber Schuster, o problema pouco afetou o setor. Pesquisas apontam que essas substâncias não são transferidas para o chimarrão. Esses metais ficam complexados na folha da erva-mate e é muito difícil de extraí-los com água, a não ser que estivesse aquecida a 1000ºC. “Precisamos identificar as fontes de contaminação e aplicar tecnologias limpas nas etapas produtivas.”

O empresário Adriano Fassina registrou queda nas vendas devido à identificação de metais pesados e à alta do preço para o consumidor com a escassez da matéria-prima verificada há dois anos.

Na feira a indústria evidenciará os projetos desenvolvidos para aprimorar o processo produtivo com os fornecedores, desde a escolha das mudas até a colheita. “Com a falta de produto adubou-se além do recomendado e isto provocou um desiquilíbrio na planta”, cita Adriano.

Fassina quer aproveitar o evento para prospectar novos clientes e discutir com produtores e empresários investimentos no setor. Apesar das projeções positivas do mercado, desaconselha o aumento da área cultivada. O preço pago por arroba ao produtor varia entre R$ 15 e R$ 17. Processada, é vendida entre R$ 7 e R$ 9 nos mercados. Em torno de 70% da produção é vendida para mercados do Estado.

Fundada há quatro anos a ervateira processa 2,5 milhões de quilos, matéria-prima fornecida por mais cem produtores da região. São gerados 15 empregos diretos e outros 500 indiretos.

Segundo maior produtor

Arvorezinha concentra 19% a área cultivada no Estado. É a segunda maior produtora. Mil famílias cultivam 7,2 mil hectares. Por ano são colhidas 50 mil toneladas. Setor movimentou R$ 10,3 milhões em 2013. Existem 16 ervateiras na cidade e são gerados 200 empregos diretos. A produção é vendida para mercados do Estado, Santa Catarina e Paraná.

A cotação da arroba (15 quilos) no último mês ficou em R$ 17. Conforme dados da Emater, o custo para implantar um hectare chega a R$ 5 mil. A primeira colheita do erval é feita no terceiro ano. O auge é atingido a partir do décimo ano. A produção média é de 6,7 mil quilos por hectare e 65% da erva é destinada para produção de chimarrão.

Em números

A região concentra cerca de 34% da produção de erva-mate do Estado. O cultivo ocorre em 23,1 mil hectares e engloba mais de cinco mil famílias. No total, são 36 agroindústrias que processam a matéria-prima. Conforme dados do Polo Ervateiro da Região Alta do Vale do Taquari, a cadeia produtiva engloba 11 municípios. A média produzida é de 600 arrobas por hectare.

Participe

•O quê

7ª Femate

•Onde

Parque Municipal de Eventos

•Quando

De 11 a 14 de setembro – Entrada franca

•Atrações

Shows, palestras e gastronomia

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