Lajeado – Construída há duas décadas, a Escola Estadual Santo Antônio – conhecida por Ciep – passará pela sua primeira reforma completa. Ontem à noite, o Governo do Estado autorizou o início das obras, previstas em R$ 1.165.589,28. Os trabalhos começam dentro de uma semana e devem ser concluídos em até seis meses.
A construção tem 4,5 mil metros quadrados, englobando 24 salas de aula, laboratórios de informática e de biologia, quadras esportivas e demais espaços educacionais. Estão matriculados 410 alunos, apesar de o ambiente comportar mais de 900 crianças.
Quando construído, o prédio era taxado de “babilônico” por moradores e servidores contratados para atuar na escola. Mas ao longo dos anos a falta de investimentos e de ações corroboraram para uma série de manchetes negativas. Vidros quebrados, infiltrações e atos de vandalismo estamparam capas de jornais diversas vezes.
Tal imagem, enfatiza a coordenadora regional da Educação, Marisa Bastos, precisa ser esquecida. “Fazemos um investimento importante para estimular os jovens lá matriculados, como para dar condições dignas aos servidores”, avalia Marisa.
Até então o Ciep recebeu apenas reformas básicas, custeadas pela própria comunidade escolar. Entre os principais serviços incluídos no projeto, está a readequação do sistema hidráulico. Devido à falta de manutenção, o banheiro do segundo piso está interditado. “Era nosso sonho. As crianças e famílias do bairro merecem”, aponta a coordenadora pedagógica Andréa Reckziegel.
Com o espaço renovado, observa Andréa, será possível incrementar programas como o do turno integral. Desde maio, a direção escolar tenta aumentar o número de crianças beneficiadas, mas as poucas condições do espaço dificultam a proposta. Apenas crianças do 1o ano estão no projeto, que prevê a permanência na escola das 8h às 17h.
Poucas condições
A estrutura antiga fica suscetível a problemas. No primeiro semestre do ano passado, professores e funcionários do Ciep tiveram que utilizar mangueiras e baldes com água para apagar um princípio de incêndio. Inexistiam extintores de emergência. Um curto-circuito na precária instalação elétrica do complexo foi a causa detectada. Investimentos na rede elétrica fazem parte do pacote de investimentos.
A rede elétrica, como demais partes do prédio, sofrem constantes dados devido a infiltrações de água da chuva. No teto, a malha de aço da construção começa a aparecer, tamanha degradação do concreto. Em dias de chuva, todas as salas de aula ficam desprotegidas, assim como os demais espaços da escola. Os ambientes são frios, escuros e úmidos. De acordo com a coordenadora Marisa, o telhado também receberá reformas.
Mais segurança
Na metade do ano passado, o A Hora divulgou reportagem sobre a precariedade da instituição de ensino. Sessenta pessoas entre professores, alunos, pais e funcionários foram para frente do colégio cobrar mais policiamento e punição aos vândalos, traficantes e criminosos, que aterrorizavam a comunidade escolar.
Na época, outra ocorrência de crime. Ladrões pularam o muro e sem dificuldades abriram o cadeado que dá acesso ao salão. Depois se dirigiram à secretaria e à sala dos professores. Foram furtados três computadores e um notebook com data show.
A coordenadora Marisa também promete mais segurança. Para isto, aponta que muros serão aumentados e o cercamento, refeito. O Governo do Estado prevê ainda a reposição de mais de duas mil peças de vidro, inclusive com a colocação de telas antifurto em janelas.
Fique atento
• Ciep foi construído em 1994. Desde então, esta é a primeira reforma completa
• Prédio tem capacidade para mais de 900 alunos, mas 410 estão matriculados
• Investimento com reforma atinge R$ 1,1 milhão, dinheiro oriundo do Estado
• Serviços contemplam cobertura, instalações elétricas, banheiros, cozinha e refeitório, esquadrias, reformulação do acesso principal, reservatório público na área interna da escola, subestação e guarita