Cidade comemora imigração com arte

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Cidade comemora imigração com arte

Peça A Sapataria remete o público há 190 anos, no processo de início da colonização

Forquetinha – Município comemora os quase dois séculos de imigração germânica no Estado com teatro. O espetáculo apresentado nessa sexta-feira, no Parque de Exposições Christoph Bauer, contou a história de um casal que abandona a Alemanha devido à pobreza daquele país. Em busca de um futuro incerto, deixam para trás os filhos.

3Conforme a secretária de Educação, Cultura, Turismo e Desporto, Ana Paula Dalmoro Villa, a apresentação lembra os tempos heroicos dos antepassados. Muitas profissões foram introduzidas ao Brasil nessa imigração.

A peça A Sapataria recorda as profissões trazidas com os imigrantes impulsionando a economia da província. O casal de sapateiros conta suas angústias e recordações do país deixado para trás e sofre com a saudade dos filhos. Com a promessa de voltar à terra de origem, lutam e instalam uma sapataria em São Leopoldo.

Segundo o diretor do Grupo Curto Arte, de Dois Irmãos, Carlos Alberto Klein, a reflexão sobre a importância histórica da imigração alemã no Estado ganhou os palcos. “Foi uma junção de pesquisas e misturei a ficção e a realidade principalmente no processo da chegada em São Leopoldo.”

O grupo tem 22 anos de estrada e esta é a segunda vez que se apresenta na cidade. Na primeira, foram realizados trabalhos com as turmas do Ensino Fundamental.

Klein afirma que a peça foi montada em um ano e meio. Com dois atores em cena, ele próprio e a atriz Karine Bier, prendem atenção do público com pitadas de humor, embora a história se encaixe no drama.

Na noite, foi lançado também o DVD do espetáculo, que foi gravado em Dois Irmãos. “É de suma importância lembrar os que lutaram para se estabelecer em terras de selvas”. Com duração de uma hora, a apresentação surpreendeu a todos com o teatro de sombra.

Reflexão germânica

Colonizada por alemães no fim do século 18, a pequena cidade apresenta a cultura germânica por meio da arquitetura, dialeto e modo de vida. Com uma economia pastoril, o município se destaca pela suinocultura, avicultura, produção leiteira, cultivo do milho e do fumo. Emancipada de Lajeado, tem 98% de descendentes da região do Hunsrück, na Alemanha.

Estão intrínsecas na aldeia alemã algumas famílias holandesas, que se adaptaram ao dialeto germânico. Desde o pórtico até o Parque de Exposições, o estilo enxaimel eclode. Igrejas e casas ficam menores quando vistas do prédio da prefeitura. O município de dois mil habitantes investe na construção planejada.

A escolha por morar nesta região se deu pela identificação com o relevo, semelhante à região de Hunsrück e Rio Reno. Na propriedade da família Richter, ao lado da residência, um museu resguarda a história. Além da sede da prefeitura, há o espírito alemão nos prédios públicos, como o posto de saúde, creche e até mesmo paradas de ônibus e lixeiras.

O Parque de Exposições Christoph Bauer tem uma área de 14 hectares. Trata-se de um parque temático para realização de feiras. Nele há estatuetas que homenageiam o Dia da Carneação, do Caixeiro-Viajante e da Vovó Grossmutter’s, figura folclórica da cultura teuto-rio-grandense.

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