Ufrgs estuda formas de prevenir cheias

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Ufrgs estuda formas de prevenir cheias

Três cidades da região serão base para pesquisa realizada na Bacia Taquari-Antas

Vale do Taquari – O Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres (Ceped), da UFRGS promove nova pesquisa para avaliar riscos de enchentes na bacia Taquari-Antas. O estudo será base para uma estratégia integrada de prevenção a desastres, está incluído no Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais.

03De acordo com a coordenadora técnico-administrativa do projeto, Alexandra Passuello, as primeiras análises incluem os 119 municípios que compõem a bacia hidrográfica. Pesquisadores farão um diagnóstico ampliado dos diferentes cenários para estimar riscos e ações para os casos de enchente. As medidas serão divididas entre eixos de prevenção, diagnóstico, monitoramento e resposta.

Em um segundo momento, o estudo será focado em Lajeado, Estrela e Taquari. Os municípios servirão de modelo para as demais cidades da bacia. “A ideia é sugerir um caminho comum a ser seguido. Um desastre natural dificilmente ocorre de forma isolada”, afirma a coordenadora.

Conforme o coordenador regional da Defesa Civil, tenente-coronel Vinícius Renner, a pesquisa é o primeiro passo para a criação de políticas públicas que minimizem o impacto das cheias. “Até o momento lidávamos com o achismo, mas não tínhamos um diagnóstico preciso da situação da bacia como um todo”, frisa.

É a primeira vez no Brasil que um estudo engloba a totalidade de uma bacia hidrográfica, afirma Renner. Até então havia projetos isolados em alguns município, mas a falta de uma visão integrada poderia acarretar em problemas. Se uma obra para represar parte do rio for realizada sem levar em conta os demais municípios, exemplifica o coordenador, podem ocorrer pontos de seca ou alagamentos em outros locais.

Pesquisa analisará possíveis obras

O Ceped reproduzirá em laboratório modelos em escala da bacia Taquari-Antas. Serão avaliados diversos cenários diferentes, alguns deles incluindo obras estruturais sugeridas em anos anteriores. “Faremos a simulação em escala dos diferentes projetos de barragens propostos para a região e seus respectivos impactos”, ressalta Alexandra.

Renner avalia que algumas situações de risco não precisam de obras estruturais. “Muitas vezes a recuperação da mata ciliar resolve o problema”, frisa. O fundamental, destaca, é garantir o menor dano ao ambiente e minimizar os prejuízos à população.

Um estudo elaborado em 2012 pelo Ministério de Minas e Energia aponta a presença de mais de dez mil pessoas em situação de risco na região. Segundo o coordenador da Defesa Civil, a maior parte dessa população é composta por famílias carentes. “São pessoas com pouca ou nenhuma condição e que ainda perdem o pouco que possuem nas enchentes.”

Para Renner, é necessária a criação de políticas públicas que retirem essas famílias das áreas de risco. “Ninguém fica embaixo d’água porque quer. Precisamos garantir uma vida digna para essas pessoas”, afirma. A previsão é que o estudo seja concluído em fevereiro de 2015.

Projetos monitoram bacias da região

Municípios da região seguem realizando investimentos em tecnologia para monitorar o Rio Taquari e facilitar o trabalho de remoção das famílias em caso de enchente. Anunciado em maio pela administração de Cruzeiro do Sul, um projeto realizado em parceria com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) instalou dois pluviômetros semiautomáticos na cidade.

Outro projeto em andamento prevê a instalação de nove estações telemétricas pela bacia hidrográfica Taquari-Antas. Coordenado pela Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM), o sistema permitirá o acompanhamento preciso do volume de chuvas e evolução do nível do Rio Taquari.

Há dois anos, a Univates investe em projeto de recuperação do sistema de alertas de enchentes. Estão em testes sete linígrafos e dez pluviômetros, instalados em diversos pontos do Rio Taquari e afluentes. O projeto almeja alertar as pessoas sobre possíveis inundações a partir do monitoramento do nível das águas.

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