Vale do Taquari – A Brigada Militar (BM) de Teutônia capturou às 20h30min dessa segunda-feira Adalberto José Flores, 25, foragido do Presídio Estadual de Arroio dos Ratos desde o dia 7. Ele cumpria pena por dois homicídios no regime semiaberto, no qual utilizava uma tornozeleira eletrônica.
Flores foi encontrado pelo policiamento na rua Arnaldo Krug, próximo à escola cenecista do bairro Canabarro. A tornozeleira continuava presa à perna do apenado, mas descarregada. O aparelho deixa de informar a localização quando a bateria cessa, contudo emite sinal de alerta ao centro de monitoramento da delegacia penitenciária.
De acordo com o diretor do presídio de Lajeado, Luís Carlos Garcia dos Santos, o homem está detido na cadeia da cidade de forma provisória. Ele deverá ser transferido à penitenciária de origem nos próximos dias.
Natural de São Gerônimo, Flores está preso desde 26 de março de 2009, condenado a 14 anos de prisão por assassinatos em Taquari e Arroio do Meio. Por cumprir parte da pena e ser réu primário, pôde progredir ao regime semiaberto em 24 de março deste ano.
Em tal condição, tinha autorização judicial para permanecer em um determinado perímetro próximo a sua moradia e o trabalho. Como escapou dessa área, foi considerado foragido e teve decretado o mandado de prisão pelo juiz da comarca.
Região projeta tornozeleiras
A delegacia penitenciária regional pretende iniciar o sistema de tornozeleiras ainda neste ano. Os primeiros aparelhos devem ser utilizados em Santa Cruz do Sul, para depois pôr em prática em Lajeado. O Judiciário local apoia, mas existe resistência do Ministério Público. “Por isso vamos fazer um teste em Santa Cruz e mostrar que esse modelo funciona e pode servir para Lajeado”, diz Garcia dos Santos.
A proposta foi apresentada pela Susepe em fevereiro. Na época, o chefe-coordenador de monitoramento da superintendência, Cezar Moreira, se reuniu com as autoridades para reforçar importância da medida para a segurança pública. Os equipamentos poderiam ser usados em benefício dos quase 200 apenados hoje nos regimes aberto e semiaberto de Lajeado.
Os equipamentos não impedem novos delitos dos condenados, mas, de acordo com o chefe-coordenador, reduzem a reincidência. Os custos com aprisionados devem diminuir. Os cofres públicos gastam cerca de R$ 1,2 mil mensais com cada recluso. O valor da tornozeleira alcança R$ 260 por mês.
Entenda o aparelho
O dispositivo eletrônico indica localização e velocidade de deslocamento dos apenados. O equipamento contém sistemas de GPS e Serviços Gerais de Pacote por Rádio (GPRS) – responsável por melhorar transferência de dados e facilitar comunicação e acesso a redes.
No interior da cinta presa ao tornozelo, há um cabo de aço e fibra óptica. A Susepe estipula espaço para circulação do preso. Em caso de emprego autorizado pela Justiça, a superintendência traça roteiro a ser seguido pelo apenado, com o tempo necessário para percorrer até o local. Para retornar, utiliza o mesmo percurso. Quando desrespeitada a área delimitada, a tornozeleira vibra para alertar o preso e a Susepe recebe a informação.