Lajeado – Estudo urbanístico para remodelação da orla do Rio Taquari foi apresentado ontem pelo Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo da Univates (Emau). A proposta contempla uma série de adequações entre a av. Décio Martins Costa e a rua Oswaldo Aranha, e prevê desde a instalação de uma marina a áreas de lazer e recreação.
Para isso, o governo de Lajeado precisaria comprar a área situada aos fundos da Igreja Matriz e do Colégio Estadual Castelo Branco. Leis municipais demandariam de revisão e famílias instaladas às margens do rio seriam retiradas.
A análise, elaborada a partir de antigos projetos, foi tema da reunião do Comitê Gestor do Plano de Revitalização do Centro Histórico. Presidente da entidade, Ítalo Reali, pretende debater o projeto com o prefeito Luís Fernando Schmidt para agilizar os investimentos.
Tal encontro está previsto para a última semana de julho. “Este estudo precede o futuro de Lajeado. Precisamos colocá-lo em prática o quanto antes, sob o risco de demorar muito para sair.”
A secretária do Planejamento, Marta Peixoto, elogiou o trabalho desenvolvido pela Emau e apontou que ele fará parte do Plano Geral de Mobilidade Urbana. Mas destacou a necessidade de discutir o estudo com outros grupos da comunidade e administração municipal, antes de seguir para a parte prática. “São apenas estudos primários. Devemos desenvolver essa readequação em etapas. Temos que rever questões de mobilidade urbana e plano diretor.”
Em paralelo, o governo tenta com o promotor Sérgio da Fonseca Diefenbach a liberação para construir ou reformar prédios na área próxima à orla, considerada de preservação permanente (APP).
A legislação impede obras a menos de cem metros do rio, mas um acordo para o trecho pode ser arquitetado. O MP aguarda reunião com o secretário do Meio Ambiente, José Francisco Antunes, para as próximas duas semanas.
Debate antigo
Propostas de readequação do espaço são analisadas desde 2008. Neste meio tempo, pelo menos cinco estudos foram elaborados, como o feito em 2013 para a construção de um complexo esportivo, abertura do canal do Arroio Engenho, estacionamento público e ligação da avenida Décio Martins Costa.
Em 2012, administração municipal e MP anunciaram a criação de anteprojetos de lei para preservar os patrimônios culturais. Eles previam incentivos financeiros e isenção de taxas para os proprietários que mantivessem os prédios históricos em condições e sem modificação, mas as propostas não chegaram ao Legislativo.
Uma das ações mais recentes para o Centro Antigo é a reestruturação da antiga residência do ex-prefeito lajeadense e deputado estadual pela União Democrática Nacional (UDN), Bruno Born.
Anunciada em maio, passa pela elaboração de um projeto para posterior captação de recursos estaduais e federais. O local poderá sediar a Secretaria de Segurança ou então o Departamento de Trânsito.
Discussões paralelas do comitê
– Posição do governo de Lajeado sobre a antiga Praça Mário Lampert, na rua Júlio May. Na última semana, a Secretaria de Obras reformou as calçadas, mas o comitê também pede a limpeza da área e uma resposta sobre a possibilidade de fazer estacionamento no espaço enquanto durar o processo judicial que impede a construção da câmara de vereadores no local.
– A formação de turmas da Brigada Militar (BM) na cidade, visto que dessa forma muitos dos formandos poderiam permanecer em Lajeado. O CRPO oferece ao Estado espaço para a formação de duas turmas, cada uma com espaço para a instrução de 30 pessoas.
– Agilidade na construção de quiosque na Praça da Matriz. Segundo Ítalo Reali, muitas entidades se propuseram a adotar praças da cidade, mas a proposta demora a sair do papel.