Vale do Taquari – O setor de investigação da Polícia Civil (PC) alcança índices de qualidade acima da média estadual. Dos 30 casos de homicídios registrados no ano, 22 já foram solucionados. Envolvimento com tráfico de drogas, crimes passionais e desavenças pessoais e familiares aparecem como as principais razões para o ano mais violento deste século na região.
Até o momento 25 pessoas foram presas em 2014, suspeitas de praticarem os crimes. Uma delas foi assassinada dentro do Presídio Estadual em Lajeado. Houve também a detenção de outros três suspeitos de latrocínios, responsáveis pelos dois únicos casos registrados nas cidades de Taquari e Encantado, e que resultaram em três mortes de vítimas.
A média de crimes desvendados no Vale está acima dos 70,9% registrado em todo o Estado. De acordo com a delegada regional, Elisabete Müller Barreto, a 19ª DPC possui 19 delegacias e atende 31 municípios. São quase 300 mil pessoas vivendo nesse território. “Nossos índices foram alcançados com equipe própria. E por vezes, precisando ceder profissionais para outras regiões.”
Há casos em que as investigações estão avançadas. Em outros, os responsáveis foram apontados, mas não houve prisão. “Poderíamos ter mais quatro presos. Mas, um está foragido e outros três confessaram o crime, mas a justiça indeferiu o pedido de prisão.” Elisabete se refere, respectivamente, aos casos de Patrícia Dias, morta no dia 20 de janeiro, e de Adão Dornelles, assassinado nesta semana e cujos assassinos confessaram a autoria do crime.
A delegada salienta a importância da comunidade atentar para os índices apresentados pela PC. “A mídia divulgou bastante os crimes, mas a comunidade precisa saber que não haverá impunidade.” Reitera o trabalho em conjunto realizado pelos investigadores e servidores do cartório, e compara os resultados com países europeus. “Nosso índice é semelhante a Inglaterra.”
Em Lajeado, 81% resolvido
A maior cidade do Vale do Taquari enfrenta o ano mais violento do século. Em contrapartida, o trabalho dos investigadores e delegados da PC atinge índices bastante superiores em relação a anos anteriores. Dos 21 homicídios ocorridos desde janeiro, 17 casos já foram solucionados pela equipe do delegado Silvio Huppes. Foram 20 prisões nesse período.
“Nos demais casos, as nossas investigações estão bastante próximas de um êxito”, salienta Huppes. Segundo o delegado, em oito dos 21 assassinatos há ligação com o tráfico de drogas. Dívidas com traficantes e a disputa por ponto de vendas são as principais razões divulgadas pela PC. Outros casos envolvem desavenças e problemas de relacionamento.
Huppes detalha os crimes registrados em Lajeado. Foram 18 homens e três mulheres mortas em menos de seis meses. Em cinco homicídios, as vítimas foram agredidas com facas ou outros objetos cortantes; em 15 assassinatos foram utilizadas armas de fogo; uma pessoa foi morta por asfixia.