Vale do Taquari – A direção do Hospital Bruno Born (HBB) solicita ao Estado o repasse de R$ 2,5 milhões para construção da UTI pediátrica. No fim de maio, discutiu-se a possibilidade de fechar o setor, destinando apenas para crianças recém-nascidas.
Apresentada nessa quarta-feira à Secretaria Estadual de Saúde, a proposta teve um incremento no orçamento de R$ 500 mil devido à ampliação da área construída, aumento no número de leitos de internação e de UTI. No projeto inicial, o setor pediátrico teria 752 metros quadrados.
O novo modelo contempla 1.557 metros quadrados, com mais 27 leitos de internação, sendo 60% para pacientes do SUS. O ala pediátrica será construída acima do Setor de Emergência. Para a UTI, serão dez vagas, sendo oito para o SUS e dois privativos.
A diretoria do HBB estima que após a liberação do recurso inicia a obra. O prazo estipulado chega a 18 meses até a conclusão. Hoje, a UTI Neonatal funciona no mesmo espaço da Pediátrica, separada por uma divisória.
O modelo de unidades mistas foi extinto por determinação do Ministério da Saúde (MS), objetivando reduzir os casos de infecções. O prazo para adequação no HBB foi prorrogado até novembro. Depois disso, até o término da construção, é possível que a casa de saúde fique apenas com a UTI Neonatal.
Hoje, a instituição tem dez leitos nas duas unidades. Destes, sete são destinados para atendimento SUS e três privados. O HBB recebe pacientes das cidades integrantes da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) e também de outras regiões, dependendo dos encaminhamentos da Central de Regulação de Leitos do Estado.
UTI Neonatal sempre lotada
Em matéria publicada pelo A Hora, no dia 27 de maio, o diretor-técnico do HBB, Cláudio Klein, admitiu a possibilidade de fechamento da UTI Pediátrica frente à demora na liberação de recursos do Estado e também aos pedidos recorrentes de adequação no projeto.
A instituição registra alto índice de ocupação da UTI Neonatal, por isso, priorizou a continuidade dessa unidade em detrimento aos leitos pediátricos. Em média, cada bebê ficou 13,5 dias internado. A taxa de ocupação neonatal passa de 100%, pois algumas vagas de crianças maiores eram preenchidas pelos recém-nascidos. “Em regra não podemos fazer isso. Mas se está nascendo uma criança e tem leito vago, não podemos mandar para outra região. Essa negociação leva horas e pode custar uma vida”, admitiu Klein na reportagem anterior.
Segundo ele, isso é feito devido à fragilidade do paciente neonatal, que precisa de cuidado de um médico especialista, em um ambiente com berço aquecido, área própria e equipe treinada.