Lajeado – A Escola Municipal Dom Pedro I virou notícia em todo o país há três meses. Sem estrutura adequada após a demolição de um prédio antigo, direção e professores tiveram que improvisar salas em dois banheiros para atendimentos especiais aos alunos. Outros espaços foram destinados para instalação de uma cozinha e um refeitório. Na semana passada, o prefeito assinou contrato para investimento de R$ 562 mil no local.
De acordo com o Setor de Compras, a construção do novo prédio escolar deve iniciar em junho. Serão 512 metros quadrados divididos em dois pavimentos. O primeiro abrigará refeitório, cozinha, despensa, lavanderia, sanitários, vestiários e áreas para circulação, totalizando 265,5 metros quadrados.
No pavimento superior, serão construídas quatro salas e também uma área para circulação. Conforme o edital de licitação, a obra compreende ainda a instalação de coberturas para interligar os prédios e aqueles já existentes na escola do bairro Jardim do Cedro. Hoje, a Dom Pedro I é a maior escola de Lajeado, com mais de 600 alunos matriculados.
Toda polêmica iniciou em 2012, quando foi orçada e licitada a reforma do telhado do prédio antigo. A empresa vencedora do edital alegou que os recursos disponíveis eram insuficientes, pois haviam outros problemas na estrutura do prédio. Barrotes e as vigas estavam comprometidas, mas nada foi feito naquele ano.
Em março de 2013, engenheiros realizaram nova vistoria no local. Após diagnosticados riscos à segurança dos alunos, a Secretaria de Educação (Sed), a direção e o Conselho Escolar e Círculo de Pais e Mestres (CPM) decidiram pela interdição do prédio. Lá, funcionavam quatro salas, uma cozinha e um refeitório.
A partir disso, o local foi demolido e os trabalhos de orientação educacional e recurso pedagógico foram improvisadas em dois banheiros da escola. A cozinha foi realocada para uma pequena sala de aula, e o refeitório montado no pátio. A promessa era iniciar em junho do ano passado as obras do novo prédio, mas algumas modificações no projeto original atrasaram a obra.
Outro projeto arquitetônico foi apresentado em dezembro de 2013. Mas, até fevereiro deste ano, nada havia sido feito e os entulhos do prédio antigo seguiam expostos no pátio, impedindo que o local fosse aproveitado pelos alunos durante o horário de recreação. Segundo afirmou na época a titular da Secretaria de Educação (Sed), Eloede Conzatti, a falta de recursos para realizar a obra era a principal causa do atraso.
Reportagem denunciou improvisação
Naquele mesmo mês, após reclamação de pais de alunos, uma reportagem da RBS TV denunciou as improvisações, e apresentou ainda problemas nos muros da instituição. As salas instaladas dentro de dois banheiros viraram manchetes em todo o país. Diante da repercussão negativa, a Sed mandou encerrar os atendimentos naqueles locais, e prometeu agilidade na construção do novo prédio.
Segundo a diretora, Vânia Maria dos Santos Lima, desde então, professores utilizam outras salas menores para orientação educacional e recurso pedagógico. Já os banheiros viraram depósitos de materiais destinados para aulas de Educação Física. A cozinha e o refeitório seguem improvisados. O muro, que na época estava caído em função de problemas no aterro da escola, já foi reconstruído.