AL aprova lei e pedágio pode encarecer

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AL aprova lei e pedágio pode encarecer

EGR calcula prejuízo de R$ 60 milhões com tarifa única solicitada por deputados

Estado – O veto do Piratini ao projeto do deputado Carlos Gomes (PRB) foi derrubado pela Assembleia Legislativa (AL) por 29 votos a 18, em sessão nessa terça-feira. Pelo texto, motoristas que passarem mais de uma vez no dia pela mesma praça de pedágio pagariam uma tarifa.

02A proposta rejeitada pelo governador Tarso Genro havia sido aprovada em plenário no ano passado, com 42 votos favoráveis e nenhum contrário.

O presidente da EGR, Luiz Carlos Bertotto, estima um impacto de 30% a 40% na arrecadação da estatal. Isso provocaria, segundo afirmou em entrevista à Rádio Gaúcha ontem, um prejuízo de R$ 60 milhões, dificultando a realização de obras nas estradas do Estado.

Diante disso, a autarquia teria de adequar os preços das tarifas, hoje estipulados em R$ 5,20 para automóveis e utilitários. “Podemos deixar de fazer recuperação de estradas porque os recursos inferiores não serão suportados para fazer isso”, disse no programa Atualidade.

Assim que chegar ao governador, o projeto terá 48 horas para ser sancionado. Sem o aval do Executivo, o texto retorna à AL. A partir disso, caberá ao presidente do Parlamento gaúcho, o deputado Gilmar Sossella (PDT), promulgar a lei, entrando em vigor a partir da publicação no Diário Oficial.

Governo deve recorrer à Justiça

Para evitar que a lei seja imposta, Genro pretende entrar com pedido de liminar no Supremo Tribunal Federal (STF). A afirmação foi feita pouco antes da participação do governador em reunião-almoço da Federasul, em Porto Alegre, ontem.

Segundo o governador, a lei dos deputados é inconstitucional. Lembra que a AL precisaria dizer de onde sairiam as verbas para que a proposta fosse colocada em prática.

Arrecadação próxima dos R$ 5 milhões

Nos dois primeiros meses deste ano, a EGR arrecadou nas praças de pedágio da região R$ 4.977 milhões. Conforme a estatal, desse total, descontando os gastos com pessoal, investimentos nas estradas e demais custos de operação, sobram no caixa da região pouco mais de R$ 1.972 milhão.

Pela prestação de contas da autarquia, nas 14 praças de pedágio no Estado, a arrecadação foi de R$ 28.857 milhões. Por outro lado, as despesas alcançaram R$ 16.175 milhões.

Para a vice-presidente do Conselho Comunitário Regional de Pedágios (Corepe), Cíntia Agostini, os gastos parecem demais. Segundo ela, estava previsto uma taxa de 20% para administração e cerca de 17% para o pagamento de impostos. “Poucas obras foram feitas para ter dado quase a metade da arrecadação”, argumenta.

“Aumentar a tarifa seria um retrocesso”

Para Cíntia, uma das defesas da população para a mudança no modelo de pedágios foi a redução nos preços dos pedágios. “Não tenho clareza nesse aspecto, de saber o quanto significa a passagem por uma praça mais de uma vez.”

O Corepe, afirma, defende a continuidade do valor atual dos pedágios. “Aumentar a tarifa seria um retrocesso. Será que a sociedade está disposta a pagar mais?” De acordo com ela, essa hipótese de reajuste nos preços não é cogitada dentro do conselho.

A entidade tem uma reunião agendada com o presidente da EGR para o dia 8 de abril. O encontro deve ocorrer na sede da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), às 9h.

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