Estrela – Depois de 60 dias em treinamento, os 170 funcionários da Santa Rita Laticínios iniciam as atividades da nova fábrica. Arrendado da antiga Latvida por um grupo de empresários, capitaneado pelo empresário Nestor Müller, o empreendimento teve liberação da Coordenadoria de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Cispoa) em fevereiro.
Nos primeiros meses, a Santa Rita pretende industrializar até cem mil litros de leite por dia. Em três anos, os investidores planejam chegar em 500 mil litros, capacidade máxima da planta industrial.
Hoje, o secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, visita as instalações da indústria. No ato, marcado para as 14h, participa da abertura oficial da indústria, localizada no interior de Estrela.
Em entrevista à Rádio Independente ontem, o representante do Piratini relembrou o processo de transição da nova fábrica. “Os empresários investiram e hoje surge uma empresa que pode ser modelo para o Estado.”
Dentro do leque de produtos, a fábrica oferecerá queijos, iogurtes, bebidas lácteas, nata, requeijão, leite UHT e outros. Os empresários visualizam um modelo diferencial. Investiram na modernização dos setores de administração, vendas e distribuição. Foram formadas duas áreas técnicas, responsáveis pelas análises laboratoriais da matéria-prima recebida.
Os empresários firmaram compromisso com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio. A partir disso, o produtor com certificado contra as doenças recebe um percentual a mais por litro de leite.
Estado tenta garantir qualidade
Durante a participação no programa Dinâmica de ontem, o secretário Mainardi falou sobre os projetos estaduais visando garantir a qualidade do leite que chega às fábricas. Em dezembro, a Assembleia Legislativa aprovou o Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite (Fundoleite) e o Prodeleite.
Na prática, eles significam a organização e o financiamento de ações da cadeia com maior potencial de produção no Estado. O fundo se destina a financiar ações, projetos e programas de desenvolvimento da cadeia produtiva do leite bovino e os seus derivados.
Já o Prodeleite pretende dar mais organização, desde a produção da matéria-prima à colocação dos produtos no mercado. Essas medidas atenderiam as condições apresentadas pela China. No ano passado, durante visita do governador Tarso Genro ao país, o governo chinês propôs comprar a produção gaúcha de leite em pó.
Necessidade de aumentar a produção
A capacidade de industrialização do leite no Estado se aproxima de 1,5 milhão de litros por dia. Desse total, a média não chega a 30%. Entre as dificuldades apontadas pelos órgãos públicos para alcançar a produção total está o lento avanço no profissionalismo da atividade no setor primário.
Iniciativas para controle de doenças têm pouca adesão dos agricultores. Novas técnicas para o cuidado do plantel e ordenha das vagas custam a chegar ao campo. Para resolver, o Estado aposta na ampliação dos serviços de atendimento técnico nas propriedades.
O consumo no Rio Grande do Sul é de quatro milhões, o restante é vendido para outras regiões e para o exterior.