Cruzeiro do Sul – Maior fornecedor da raiz para a Ceasa de Porto Alegre, o município realiza entre os dias 10 e 13 de abril a 6ª Expocruzeiro e Festa do Aipim para destacar o potencial econômico da cultura.
O lançamento da feira ocorre hoje, a partir das 20h30min, na Casa do Morro. Conforme a presidente Patrícia Miranda, entre os destaques da festa está a gastronomia. “Serviremos mais de 30 pratos típicos preparados à base de aipim.”
O evento ocorre no parque municipal em uma área de seis hectares. Serão locados 157 estandes, dos quais 80% estão vendidos. A praça de alimentação terá espaço para cinco mil pessoas. A arena de shows terá capacidade de receber 20 mil visitantes, dos quais nove mil poderão ficar em área coberta. A feira está orçada em R$ 350 mil. A comissão organizadora aguarda um público de 50 mil pessoas nos quatro dias de exposição.
Além da gastronomia e shows artísticos, haverá exposição de artesanato, bovinos de leite, corte, equinos, peixes e ovinos. Será realizado concurso de terneiras e novilhas da raça holandesa.
A cultura ocupa 800 hectares e envolve 400 famílias. Em um hectare, é possível produzir até 500 caixas do tubérculo, com lucro bruto de R$ 9 mil. O investimento chega a R$ 600 por hectare, considerado baixo, comparado com culturas como milho e soja. A produção anual do município chegar a 7,5 mil toneladas.
Alternativa de lucro
O agricultor Cristiano Pepler, de Boa Esperança, tem na cultura de aipim sua principal fonte de lucro. Neste ciclo cultivou quatro hectares e o rendimento estimado é de duas mil caixas, média de 22 quilos cada.
Apesar do preço, R$ 18 por caixa, estima bons lucros devido ao baixo investimento, cerca de R$ 700 por hectare. Entre as dificuldades destaca a falta de máquinas para auxiliar na colheita, tendo em vista a redução da oferta de mão de obra com a migração dos jovens para a cidade e o envelhecimento dos produtores.
Para diversificar os lucros na propriedade, ele e o pai apostam na produção de leite, que chega a 300 litros por dia.
Beneficiamento
No município duas agroindústrias apostam no beneficiamento da raiz. Juntas processam em torno de dois mil quilos por dia e geram 50 empregos diretos. Duas famílias, de Boa Esperança, devem investir em infraestrutura para descascar o aipim e fornecer para a indústria. A empresa inicia os trabalhos nos próximos meses.