Previsão é gerar R$ 3,5 mi com rotativo

Você

Previsão é gerar R$ 3,5 mi com rotativo

Desse valor anual, 15% fica nos cofres públicos. Três consórcios concorrem no edital

Lajeado – A administração municipal deverá lucrar cerca de R$ 525 mil por ano com o novo sistema de estacionamento rotativo. O edital com as propostas foi aberto no dia 27 de janeiro. Necessidade de analisar pedido de impugnação e avaliar as qualificações técnicas das empresas suspendeu a concorrência de forma temporária. Intenção é finalizar o processo licitatório ainda neste mês.

01No início, cinco concorrentes demonstraram interesse. Um deles entrou na Justiça pedindo anulação do processo. Entre as alegações, restrição à concorrência. O pedido de liminar da BR Parking Estacionamentos Ltda. foi negado. A mesma empresa é responsável pela solicitação de impugnação do edital, que será indeferida pelo Executivo.

Outra empresa ficou inabilitada pela ausência de documentos necessários para participar. Restaram três concorrentes: Consórcio Lajeado Rotativo, formado pelas empresas Xavante e LocPark; Serbet Estacionamentos; e Consórcio Estacione Rotativo, que une empresários de Encantado.

Cada uma apresentou cinco formas de cobrança, que incluem parquímetros, agentes cobradores, débito automático e pagamento por meio de celular smartphone. Conforme o edital, serão contratados 48 funcionários, sendo 43 monitores, dois supervisores, dois auxiliares administrativos e um gerente. Os salários variam de R$ 890 a R$ 3,5 mil.

A nova empresa deve iniciar os serviços só em abril. Isso porque, conforme a assessoria jurídica do Executivo, empresas podem entrar com recurso após a divulgação do consórcio vencedor. Com os prazos legais previstos na Lei de Licitação, e mais os 20 dias úteis disponíveis para a responsável se instalar no município e implantar o novo sistema, dificilmente a cobrança começa em março.

O contrato de concessão é de dez anos, podendo ser prorrogado por mais dez. A estimativa do governo é gerar cerca de R$ 3,5 milhões por ano com a cobrança. Deste total, 15% fica para o município. Cerca de R$ 44 mil mensais. Conforme a estimativa que consta no edital de licitação, a empresa terá lucro médio mensal próximo de R$ 40 mil.

38 dias sem rotativo

O governo havia anunciado, em dezembro, que o município ficaria cerca de dois meses sem cobrança do rotativo. Já se passaram 38 dias, e os problemas se acumulam. Moradora do bairro Olarias, Rose Blau, 39, vai ao centro todos os dias para trabalhar.

Há três anos faz o mesmo trajeto. No início, utilizava transporte público, mas devido às restrições nos horários e necessidade de transitar pela cidade, começou a usar o próprio carro.

A falta de vagas para estacionar lhe obriga a pagar R$ 110 mensais para estacionamento particular. Conta que o valor compensa, pois quando deixava o veículo na rua, pagava R$ 67 semanais para a Uambla. “Agora tenho segurança, antes pagava e não havia ninguém para cuidar.”

Segundo ela, quando chega ao trabalho, às 7h30min, não há espaços para estacionar na Av. Benjamin Constant. Com o fim temporário de cobrança do estacionamento, observa veículos ocuparem por horas as vagas de 15 minutos. Sem o rotativo, carros permanecem o dia inteiro no mesmo lugar.

Sugestão

A situação de Rose é a mesma da advogada Regina Brenner, 42. Ela mora no bairro Montanha e também trabalha no centro. Deixa o carro em estacionamento privado e paga o mesmo preço por motivos semelhantes. Critica o sistema que era aplicado pela Uambla.

Como solução, Regina aponta o uso de parquímetros. Trabalha também em Rio Grande, onde existe esse sistema. O modelo de Lajeado já a fez desistir de entrar em lojas e tentar estacionar em locais públicos. “É ruim ter que procurar alguém pra poder pagar. O parquímetro é prático.” Apesar disso, o Executivo já sinalizou que não pretende utilizar os aparelhos.

Acompanhe
nossas
redes sociais