Vale de Taquari – Reunião entre os líderes sindicais da região, realizada ontem em Barros Cassal, resultou na formatação de um protesto formal contra a AES Sul. Os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais (STRs) do Vale do Taquari e Serra do Alto Taquari elaboram ofício para exigir qualidade no fornecimento de energia elétrica.
O documento será enviado à AES Sul, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e governo do Estado nos próximos dias. Prejuízos e demora no atendimento em decorrência da falta de luz nas últimas semanas motivam a cobrança.
Conforme o coordenador regional dos sindicatos do Vale do Taquari, Luciano Carminatti, estuda-se a possibilidade de pedir intervenção à Promotoria Pública. Ele relata problemas com a concessionária há quase cinco anos. “Será uma carta de repúdio pela falta de manutenção da rede.”
Carminatti representa os 13 mil associados do STR em 27 municípios. A maioria sofreu com a falta de energia elétrica. Reconhece que as oscilações no fornecimento ocorrem devido às aquisições de novos equipamentos, mas reforça cobrança na qualidade do serviço. “Percebem os problemas e não averíguam.”
Antigos postes de madeira e a precariedade da rede lideram as queixas. Em Linha Nova, o produtor Décio Reiter se desfez de 150 quilos de alimentos. Sem refrigeração, carnes de gado e peixe estragaram nos freezers do morador. O sogro, Lauro Reckziegel, 88, foi internado no hospital devido ao mal- estar proveniente do calor.
Inconformado com a situação, Reiter pretende processar a AES Sul para ser indenizado. Relembra que há três meses houve queda de postes e por três dias e meio ficou sem energia elétrica.
Investimentos insuficientes
AES Sul destinou R$ 36,6 milhões em investimentos em 2012 para o Vale. Construiu uma subestação em Roca Sales e um novo alimentador. Modernizou as subestações Estrela 2 e Encantado e trocou 3.082 postes da rede elétrica, antigos e de madeira.
Em áreas atendidas pela companhia, frequentes oscilações de luz, quedas de postes e rompimentos de fios de alta tensão causam prejuízos a moradores e empresários. Era comum a mortandade de frangos em função de cortes no abastecimento. As reclamações diminuíram, mas clientes continuam com problemas.