Rodovia do Parque é novo “atalho” para a Capital

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Rodovia do Parque é novo “atalho” para a Capital

A expectativa de motoristas da região é encurtar o tempo de viagem até Porto Alegre. Conhecida como Rodovia do Parque, a nova BR-448 custou R$ 1 bilhão aos cofres públicos e demorou 50 meses para ser concluída. Obra será inaugurada na próxima sexta-feira.

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Vale do Taquari – São apenas oito quilômetros a menos em relação ao trecho que obriga o motorista a encarar a lentidão da BR-116. Mas a expectativa de encurtar o tempo de viagem entre a região e a capital gaúcha é aguardada com otimismo. Agilidade no transporte, comodidade de pacientes e perspectivas de novos negócios traçam um novo cenário para o Vale do Taquari.

A garantia do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) é liberar as duas pistas com três faixas cada da BR-448 (Rodovia do Parque), que ligam a BR-386 à BR-290 (Freeway), na próxima sexta-feira.

4O ato simbólico contará com a presença da presidente da República, Dilma Rousseff. Será realizado próximo à Arena do Grêmio, onde é finalizada a ponte estaiada de 268 metros de comprimento por 75 de altura que passa sobre o rio Gravataí.

O trecho de 13,2 quilômetros está praticamente pronto. As alças que ligam a BR-386 à Rodovia do Parque, em Canoas, receberam asfalto e grama nos aterros. O viaduto que passa sobre o km 441 da estrada federal recebe os últimos acabamentos. O movimento de caminhões e o ritmo de trabalho dos funcionários é intenso naquela área.

Hoje, a partir das 14h, parte do trecho da BR-386 entre o entroncamento com Rodovia do Parque e a BR-116 – sentido capital-interior – será interrompido por 40 minutos para instalação do último pórtico de sinalização. O restante das placas já está praticamente instalado.

Conforme o Dnit, a obra custou pouco mais de R$ 1 bilhão. Toda rodovia possui 22,4 quilômetros de extensão. Alguns trechos são de pista dupla. Mas, no trajeto entre a BR-386 e a Freeway, o motorista contará com pista tripla em ambos os sentidos. A iluminação é outro destaque da nova estrada.

“Saio três horas e 30 minutos antes para não atrasar”

Motorista de ambulância há quase 10 anos, Altair Paulo Brandt, morador de Sério, demonstra alívio com a inauguração da nova rodovia. Desde 2005, ele realiza viagens quase que diárias para levar pacientes a hospitais da capital. “Costumo sair, no mínimo, três horas e 30 minutos antes da consulta para não correr risco de atrasar.”

Mesmo com a cautela, os atrasos ocorrem. “Cansei de ligar para os hospitais avisando do atraso. Eles também já estão acostumados e sempre relevam. Conhecem o problema da BR-116.” Brandt chegou a demorar uma hora e 25 minutos para percorrer o trecho inferior a dez quilômetros entre o fim da BR-386 e o aeroporto, e que recebe uma média de 44,9 mil veículos por dia.

Sempre tem acidente ou acúmulo de carros. Hoje (ontem), saí 7h30min de Lajeado e cheguei 10h15min em Porto Alegre.” Com a inauguração da nova rodovia, Brandt calcula uma redução de quase uma hora na viagem até a capital. Além disso, não pretende mais acordar às 2h da manhã para partir em viagem às 3h.

Novos itinerários de ônibus

As viagens de ônibus que levam centenas de moradores do Vale do Taquari todos os dias à capital será mais tranquila. Essa é a esperança do gerente da Expresso Azul, Nestor Reckziegel. Segundo ele, o trajeto aproximado de 115 quilômetros entre Lajeado e Porto Alegre é realizado, em média, em duas horas. “Acredito que poderemos voltar ao tempo médio de 1h35min.”

Num primeiro momento, apenas a linha que realiza o trajeto sem paradas deverá utilizar a Rodovia do Parque. Os demais precisam desembarcar passageiros também em Canoas, na BR-116. “Mas a mudança do itinerário ainda depende de autorização do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer).”

Questionado, o Daer não soube precisar quando serão negociadas os novos itinerários de linhas para a capital. A tarifa não deverá sofrer reajustes significativos. Pelo menos por enquanto. “É possível que no futuro os preços diminuam pela distância um pouco menor. Mas é cedo para avaliar.”

“A relação com a capital será mais próxima”

Para o presidente da Câmara de Indústria e Comércio do Vale do Taquari (CIC-VT), Oreno Ardêmio Heineck, as relações empresariais entre a região dos Vales e a Metropolitana serão aproximadas com a nova rodovia. “Perdemos em média 35 minutos com a lentidão da BR-116. Isso reflete em um prejuízo econômico inestimável para a região.”

Heineck cita os atrasos na entrega de mercadorias como um dos principais problemas gerados pelo alto fluxo de veículos na rodovia que cruza Canoas. O problema se agrava principalmente entre as 6h30min e às 8h30min, e também nos horários de pico, como ao meio-dia e no fim da tarde.

Um empresário que vai participar de uma reunião precisa se antecipar muito para não correr risco de atrasos. Isso também reflete na concretização de novos negócios para a região.” Com a nova rodovia, o acesso ao Aeroporto Internacional Salgado Filho também será facilitado. É comum, por parte de viajantes, a antecipação do traslado de Lajeado à capital quando os voos estão marcados para o início da manhã.

Oito quilômetros a menos

Na manhã de ontem, a reportagem percorreu os 121 quilômetros entre o trevo de acesso a Lajeado e a Arena do Grêmio, local onde a BR-448 (Rodovia do Parque) se interliga com a BR-290 (Freeway).

Até o entroncamento da BR-386 com a Rodovia do Parque, são 92 quilômetros. Numa média de 80 km/h, o trajeto foi percorrido em 1h04min. De lá até a Arena do Grêmio na Freeway, pela Rodovia do Parque, serão mais 13,2 quilômetros com pista tripla.

Seguindo daquele ponto pela BR-386, BR-116, e Freeway, até chegar à Arena do Grêmio, o motorista percorrerá 21 quilômetros. Oito a mais em relação à nova rodovia. Para realizar esse trecho, a reportagem demorou cerca de 35 minutos. Havia trânsito lento na BR-116, mas o fluxo de veículos não chegou a parar.

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