Vale do Taquari – A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) assumiu as três praças de pedágio instaladas na região em junho. Nos dois primeiros meses de cobrança, a estatal arrecadou R$ 2,9 milhões e gastou pouco mais de R$ 623 mil em manutenção de rodovias, e com pagamento de funcionários e outros custeios administrativos.
Os números comprovam que a intenção anunciada pelos diretores de aplicar 80% dos recursos em obras está longe de ocorrer. As praças localizadas em Cruzeiro do Sul (RSC-453), Encantado (ERS-130) e Boa Vista do Sul (RSC-453) cobram de R$ 5,20 a R$ 18,50 o pedágio.
De acordo com o balanço das atividades apresentadas pela direção da EGR na semana passada as rodovias da região receberam apenas serviços de tapa-buracos desde junho.
Na ERS-135, em Erechim, a EGR lançou edital de licitação para construção de trevo de acesso à faculdade. Melhorias em sinalização, roçadas, instalação de tachas reflexivas e tachões, pintura e recuperação de asfalto são outros serviços realizados nas rodovias que abrangem as áreas de atuação nas demais seis praças de pedágio do Estado.
Segundo assessoria da estatal, o Vale do Taquari receberá mais investimentos em setembro. No dia 9 do próximo mês será conhecida a empresa responsável pela recuperação do perímetro urbano de 3,7 quilômetros da ERS-130 em Lajeado. Serão investidos cerca de R$ 850 mil no recapeamento asfáltico da rodovia, no trecho entre o entroncamento com a RSC-453 e o trevo com a BR-386.
R$ 27 milhões arrecadados no estado
Em todo o estado, a EGR arrecadou R$ 27 milhões desde que assumiu a administração de praças de pedágio de rodovias estaduais gaúchas, em 15 de fevereiro desse ano. São nove praças de pedágio: Portão, Coxilha, Campo Bom (desde fevereiro), Flores da Cunha, Encantado, Boa Vista do Sul, Cruzeiro do Sul (desde 12 de junho), Venâncio Aires e Candelária (administradas desde 2 de julho).
Nesses seis meses, a estatal gastou cerca de R$ 11 milhões em despesas com as rodovias das nove praças, com a sede e com os servidores da EGR. Outros R$ 7 milhões foram investidos em obras de segurança do tráfego.
Segundo a assessoria, os recursos restantes não estão mais no Caixa Único do Estado. A destinação dos R$ 7 milhões restantes será discutido com os Conselhos Comunitários das Regiões das Rodovias Pedagiadas (Corepes).
Conselhos apenas consultivos
Na última sexta-feira o governador Tarso Genro e o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, assinaram o Decreto que dispõe sobre a constituição e composição dos Corepes. Serão oito em todo o estado.
O objetivo principal dos conselhos locais é transmitir os anseios de cada região à direção da EGR e debater com a estatal o direcionamento dos investimentos. Eles terão caráter consultivo, e não deliberativo, como pleiteavam alguns líderes regionais.
Cada conselho será composto por 16 titulares, com mandato de dois anos e perspectiva de apenas uma reeleição. Ninguém será remunerado. A intenção é criar todos os conselhos até o fim de setembro.
Os oito Corepes definidos pelo decreto são: Conselho Trecho 01 Coxilha; Conselho Trecho 02 Campo Bom; Conselho Trecho 03 Portão; Conselho Trecho 04 Viamão e Santo Antônio da Patrulha; Conselho Trecho 05 Flores da Cunha; Conselho Trecho 06 Três Coroas, Gramado e São Francisco de Paula; Conselho Trecho 07 Encantado, Boa Vista do Sul e Cruzeiro do Sul; Conselho Trecho 08 Venâncio Aires e Candelária.