PSol é o segundo partido a desistir de eleições

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PSol é o segundo partido a desistir de eleições

Imposição de diretório nacional retira partido de coligação com o PR em Estrela

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As normas das executi­vas nacionais de alguns partidos inviabiliza a segunda coligação em três dias na região. Ontem, foi a vez do PSol, em Estrela. A repre­sentação municipal foi obrigada a encerrar o acordo com o PR, do candidato a prefeito Eduardo Wagner.

pO primeiro caso ocorreu na segunda-feira, em Lajeado. Uma determinação do DEM nacional impediu a aliança firmada com a candidatura de Luiz Fernando Schmidt (PT). Os democratas de­sistiram das eleições.

Decisão igual adotou o diretó­rio municipal do PSol. A legenda encerrou a participação nas elei­ções deste ano, depois da decisão do juiz eleitoral da comarca de Estrela, Rodrigo Bortolli, ontem de manhã. Ela poderia concorrer com os candidatos a vereadores, desde que sem aliança.

Conforme a membro da executi­va nacional da sigla, Luciana Gen­ro, a intervenção ocorreu por des­respeito a uma norma publicada no início de abril no Diário Oficial da União. Só são permitidas alian­ças com o PSTU e com o PC do B – partidos de extrema esquerda.

Luciana argumenta que a deci­são é desde a fundação do partido, em 2003. A regra impede coliga­ções com qualquer partido que se aliou com os governos Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rous­seff. “Casos isolados podem ocor­rer, mas é necessário discutir com o diretório nacional, o que não aconteceu no caso de Estrela.”

Cita como exemplo a cidade de Belém (PA), onde o PSol firmou compromisso com o Partido Ver­de. Para tanto, encaminhou a solicitação no início do ano, con­quistando a anuência da executi­va nacional.

Novo registro

Por um curto período, o assunto causou polêmica no município. A Justiça Eleitoral cancelou a coliga­ção “A união que vai mudar a nos­sa história”, formada por PP/PDT/PR/PSOL e PSD. O problema estava na diferença entre cancelamento e impugnação.

A advogada da coligação, Saio­nara Rassweiler adverte que as situações são diferentes. “O can­didato (Wagner) não tem nada contra ele que o impeça de concor­rer.” A situação de Wagner estava pendente na Justiça local desde o início de julho, quando o PSol soli­citou o fim do acordo.

Saionara acrescenta que os par­tidos desistiram do recurso, para evitar problemas com a campanha próximo das eleições. O novo regis­tro de Wagner foi confirmado na tarde de ontem pelo Cartório Elei­toral, às 17h30min. Ele concorre com o apoio do PP/PDT/PR e PSD.

Santa Clara do Sul

No município, a coligação em torno do candidato a prefeito Fábio Fischer (PSDB) segue ameaçada. O diretório estadual do PT ingressou com recurso na Justiça Eleitoral da Comarca de Lajeado – a qual o mu­nicípio pertence – para impedir a aliança. Uma norma petista proíbe acordos com o PSDB.

O PT estadual perdeu a bata­lha em primeira instância. A juíza eleitoral, Débora de Mar­que desconsiderou o pedido. “Ela disse que não compete à Justiça Eleitoral decidir sobre questões internas dos partidos”, ressalta o advogado Fábio Gisch, que de­fende a coligação santa-clarense. Entretanto, foi Débora quem dis­se ao DEM que a coligação com o PT não poderia ocorrer.

O diretório ingressou com recur­so no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para reverter a decisão. Gisch acredita que o TRE manterá a posi­ção da juíza local. Cita como ponto crucial a publicação da norma.

Segundo a lei eleitoral, os dire­tórios nacionais e estaduais dos partidos devem estabelecer as normas de coligações até 180 dias antes do pleito. Para este ano, o prazo se encerrou em 10 de abril. A definição do PT nacional ocor­reu em maio.

“Parece que vivemos numa ditadura”

O presidente municipal do PSol, Edegar Cabral está contrariado com a decisão. “Não pensei que eles teriam uma atitude dessas, porque parece que vivemos numa ditadura.” Acreditava que as eleições municipais estavam fora das brigas do PSol com outros partidos.

Afirma que o apoio a Wagner permanece, mesmo fora da coligação. Reuniões serão mar­cadas durante a semana para definir uma posição oficial, mas a tendência é de que o PSol se mantenha fora das disputas. O partido concorreria com dois candidatos: Edegar e Terezinha Rodrigues Dexheimer

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