Cresce número de eleitores menores de 18 anos

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Cresce número de eleitores menores de 18 anos

Envolvimento de jovens é 56,6% maior em relação ao pleito realizado em 2010

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aMesmo que o crescimento no número de eleitores de 16 e 17 anos seja ínfimo, supera os preocupantes dados da última eleição realizada em 2010. Naquela ocasião, houve uma redução significativa na quantidade de interessados. No total, eram 4,2 mil jovens aptos ao voto não obrigatório. Hoje, o número é de 6,6 mil. Um crescimento de 56,6%.

No Vale do Taquari, há 272,3 mil eleitores registrados. Deste montante, 2,4% são jovens com 16 e 17 anos. Em 2010, o percentual era de 1,6%. Para o cientista político Bruno Lima Rocha, a falta de experiência política dos jovens faz com que os números ainda sejam pouco expressivos. “Percebemos que inexistem ações coletivas, então a quantidade de eleitores ainda é pouca para mudar uma eleição.”

Rocha comenta que no pleito de 1989, quando pela primeira vez o voto facultativo foi oferecido aos menores de 18 anos, houve um aumento significativo de eleitores desta faixa etária. “Havia uma empolgação maior entre os jovens, mas hoje esse crescimento está estagnado.”

Lamenta a falta de interesse da maioria dos eleitores. Diz que quaisquer mudanças na política e na sociedade ainda dependem da participação desses jovens. “Dificilmente ocorrerão mudanças bruscas sem o engajamento deles (sic).” Para Rocha, é preciso rever o modo como se constrói a política no Brasil, em especial dentro da escolar.

Incentivo na escola

Como foi feito em outras eleições, o professor de filosofia e sociologia, Gustavo Arossi incentiva seus alunos menores de 18 anos a participarem da escolha dos novos agentes políticos.

Cerca de 90% dos seus estudantes garantiu o direito ao voto. Segundo ele, não há uma disciplina sobre política, mas o assunto é contextualizado em diferentes matérias. “Não há como fugir do assunto. O jovem percebe estes contextos.”

Arossi discorda que há desinteresse por parte dos menores de 18 anos. O problema está na falta de propostas dos candidatos para esse nicho de eleitores. “Meus alunos comentam sobre as carências de propostas. Creio que os políticos perdem muito ao não analisarem as necessidades dos jovens.” Pretende convidar os três concorrentes a prefeito de Lajeado para realizar debate na escola.

Conforme o professor, os estudantes cobram clareza e transparência dos candidatos e costumam pesquisar o histórico de cada um. “Eles percebem essa troca constante de partidos e coligações.”

Alunos cobram propostas

Mais propostas e menos “enrolação”. Este é o principal discurso entre os jovens do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Alberto Torres (Ceat). O estrelense Guilherme Scheeren, que fará 16 anos nas próximas semanas diz que acompanhou as sessões da câmara de vereadores. “Os futuros políticos dependem da nossa geração, é importante acompanharmos.”

A estudante Júlia Weizemann, 16, diz que fez o título por incentivo dos pais. “Se temos a opção de votar, precisamos aproveitá-la.” Espera que os candidatos participem de um debate dentro da escola. Pedro Engster, 16, acompanhou uma sessão do Legislativo em Lajeado. Achou entediante. “É muita enrolação e pouca proposta. Saí decepcionado (sic).”

Para Camila Nelson, 16, é importante conhecer o passado e o histórico de todos os candidatos. Sobre as propostas apresentadas até o momento, lamenta que muitas sejam pouco concretas. “Vejo projetos mirabolantes sendo anunciados, é preciso mais objetividade (sic).” Segundo Camila Gaspar, os candidatos precisam olhar com mais atenção à área da educação.

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