Presidente de sindicato esclarece dúvidas sobre falência da Blip, em Teutônia

LEGISLATIVO

Presidente de sindicato esclarece dúvidas sobre falência da Blip, em Teutônia

Empresa tem dívida de R$ 2 milhões com ex-funcionários. Roberto Müller participou de sessão da câmara nessa terça-feira

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Atualizado quarta-feira,
17 de Abril de 2024 às 14:36

Presidente de sindicato esclarece dúvidas sobre falência da Blip, em Teutônia
Foto: Ezequiel Neitzke
Teutônia
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O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria do Calçado de Teutônia (Siticalte), Roberto Müller, marcou presença na sessão da Câmara de Vereadores de Teutônia nessa terça-feira, trazendo à tona discussões sobre o processo de falência da fábrica de calçados Blip.

Com uma história marcada por altos e baixos, a Blip foi uma figura emblemática no cenário industrial do Vale por quase duas décadas, empregando cerca de duas mil pessoas em suas filiais. No entanto, os primeiros indícios de crise, surgidos no ano 2000, culminaram na demissão de centenas de funcionários. Incapaz de reverter o declínio nas vendas, a empresa foi oficialmente declarada falida em 2011.

Müller revelou durante a sessão que, durante o processo de falência, a empresa propôs parcelar em até 20 vezes os valores devidos aos funcionários. “Nunca consideramos essa proposta viável, e o sindicato nunca a aceitou”, afirmou. No entanto, diante da necessidade imediata dos trabalhadores em honrar as obrigações financeiras, a proposta acabou sendo aceita. No entanto, apenas sete parcelas foram pagas integralmente, deixando cerca de 900 pessoas ainda à espera de seus direitos.

Foto: Ezequiel Neitzke

O montante total devido aos funcionários alcança a cifra de R$ 6,060 milhões, dos quais aproximadamente R$ 4 milhões já foram distribuídos. No entanto, o acesso a esses fundos é restrito, estando depositado exclusivamente em uma conta judicial no Banrisul, sob a jurisdição do juiz responsável pelo caso.

Müller enfatizou que, quando a Blip entrou com o pedido de recuperação judicial, sua dívida totalizava cerca de R$ 40 milhões, com uma parcela significativa destinada a fornecedores.

Respondendo às acusações de retenção de fundos, o presidente do sindicato esclareceu que a entidade não tem controle sobre o dinheiro. “Muitos me acusam de roubo e apontam o dedo para mim como o culpado pelo atraso nos pagamentos, mas não é assim que as coisas funcionam. Este é um processo longo e complexo que esperamos que seja resolvido o mais breve possível”, declarou.

Além das discussões em torno da falência da Blip, a sessão também viu a aprovação de cinco projetos de lei, incluindo contratações para professores temporários nos anos iniciais, questões sobre contribuição de melhorias e uma abertura de crédito suplementar no valor de R$ 2,2 milhões.

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