Buscar a estratégia certa e manter a resiliência para não se abater pelos desafios são capacidades empreendedoras fortes. Luiz Carlos Haenssgen, o Caio, aprendeu desde cedo a lidar com questões empresariais e entendeu a importância de reinventar a Fábrica Haenssgen S.A para manter o legado da família. A empresa foi fundada em 1895, em Cruzeiro do Sul, por Frederico Germano Haenssgen, seu bisavô.
Após desembarcar da Alemanha, Frederico hospedou-se onde hoje é Cruzeiro do Sul e conheceu aquela que viria ser sua esposa, Eleonora Veeck, filha do dono da hospedagem e excelente doceira. Ao casarem, decidiram fabricar caramelos. “Meubisavó se tornou caixeiro viajante, vendendo os produtos no interior do Rio Grande do Sul”, conta Caio, atual diretor da Haenssgen S.A.
O casal iniciou em uma residência de madeira. Em 1915, Frederico importou máquinas alemãs e deu início à fabricação de chocolates. Mais tarde, o filho, Carlos Walter Haenssgen, assumiu a função de caixeiro viajante e a responsabilidade de precificar e comercializar os produtos. “Em 1930, meu avô permanecia 30 dias viajando”, explica Caio.
Em 1950, a empresa se tornou expoente no comércio de balas de gomas e biscoitos e diversificou exageradamente o portfólio de produtos, com variedades de doces e chocolates. Durante muito tempo, o cacau foi prensado e torrado na Haenssgen.
No início da década de 1960, Rolf Carlos Haenssgen, pai de Caio, assumiu a gestão. A empresa comercializou os chocolates de Natal e se envolveu profundamente na vida social de Cruzeiro do Sul. Rolf foi ligado ao esporte, à família e aos projetos da empresa. “Meu pai deixou um legado de envolvimento comunitário”, conta o empresário.
A infância de Caio, em 1970, foi na fábrica, brincando nos setores. Assim, ele entendeu que a Haenssgen era uma grande família, que crescia com o município. Em 1989, ele ingressou no setor de Recursos Humanos, sendo treinado como a quarta geração da família. A empresa viveu os maiores desafios nos anos 2000 e em 2006. “A crise serviu como aprendizado e um método de seleção natural.”, salienta Caio.
A empresa adotou uma renovação estratégica em duas frentes. Passou a terceirizar parte da produção, desenvolvendo produtos de chocolates parceiros e reduziu a variedade de produtos, focando nos derivados de cacau e na elaboração de recheios forneáveis, bombons conceituais e chocolates com receitas originais.
“Hoje, 90% das pizzarias da região usam nosso recheio da marca Doceiro”, atesta o empreendedor. Haenssgen conta com 80 funcionários e prepara a quinta geração, apostando na adaptação ao mercado para manter a linha sucessória.
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