As cidades estão preparadas para receber os cicloturistas?

Opinião

Paulo Gustavo Sehn

Paulo Gustavo Sehn

As cidades estão preparadas para receber os cicloturistas?

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Uma das modalidades que vem crescendo no meio ciclístico, sem dúvida alguma, é o cicloturismo. Ter a possibilidade de conhecer novos lugares a bordo da bicicleta, em uma velocidade mais lenta e com um poder de apreciação muito maior do que se fosse de carro, é sem dúvida, olhar com outros olhos para aquilo que sempre esteve ali mas a rotina não oportunizou que víssemos. Conquistar a paisagem com seus próprios esforços é um dos objetivos do cicloturista.

A região dos Vales é muito propícia para a ascensão da modalidade. O terreno e a paisagem são interessantes para a prática e, outros elementos, aliam-se aos interesses do cicloturista: os prédios históricos, praças, parques, casarões, pontes históricas, túneis férreos, entre outros que, seguidamente são vistos nas redes sociais dos atletas até como forma de troféu, pela conquista de ter chegado até o local.

Porém, o Vale carece em outro aspecto: a preparação das cidades para receber os cicloturistas. Os adeptos, costumam percorrer roteiros pré estabelecidos, normalmente por vias não pavimentadas, no entorno da cidade, esquivando-se do movimento central e procurando a calmaria dos interiores das cidades. No entanto, muitos ciclistas adeptos ao cicloturismo são advindos de regiões distantes e estão na cidade de passagem, ou até mesmo os que são da região, necessitam de um suporte maior nas localidades interioranas. O cicloturismo consiste em percorrer praticamente de forma autônoma os trajetos mapeados pelas cidades. Para tanto, a demarcação e orientação geográfica durante o passeio são fundamentais. Parece ser simples, mas um bebedouro com água à disposição ou até a instrução aos moradores por onde passam os roteiros, são fundamentais para o bom andamento do passeio. Quiçá um totem com ferramental para pequenos reparos – seria luxuoso. Ainda, um outro viés pode ser explorado pelas cidades – o turismo – mas, parece que as mesmas ainda não se deram conta da ascensão da modalidade, pois carecem de infraestrutura adequada para receber os milhares de cicloturistas que circulam, fotografam, alimentam-se e divulgam os pontos turísticos das cidades por onde passam e fotografam. Os próprios estabelecimentos comerciais carecem de um estacionamento adequado para as bicicletas. Estes, poderiam, inclusive, serem oferecidos pela própria gestão pública.

Enfim, provoco a reflexão para que os gestores olhem com carinho para esta modalidade que vem crescendo e famílias inteiras vêm aderindo. O Cicloturismo do Vale Europeu, em Santa Catarina, é um ótimo exemplo vigente a ser observado. Temos aqui no Vale do Taquari paisagens tão lindas quanto, pessoas acolhedoras e terrenos magníficos para serem pedalados! Fica o convite para ir a bordo da bicicleta e se apaixonar por paisagens jamais vistas antes.

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