Liberação de saques do FGTS movimenta varejo

ECONOMIA E NEGÓCIOS

Liberação de saques do FGTS movimenta varejo

Vendas de eletrodomésticos e móveis aumentaram, enquanto o consumo de roupas e sapatos manteve o mesmo patamar. Por outro lado, pesquisa da CDL Lajeado chama atenção para a inadimplência na cidade

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Liberação de saques do FGTS movimenta varejo
Geladeira, máquina de lavar e televisão estão entre os itens mais procurados/ Foto: JÚLIA AMARAL
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Setembro foi um mês atípico nas vendas para lojas de eletrodomésticos e móveis. No processo de reconstrução dos lares e retomada da rotina, aqueles que tinham dinheiro guardado e tiveram os bens atingidos pela enchente, compraram o que era necessário o quanto antes. Máquinas de lavar, geladeiras e televisões foram alguns dos itens mais procurados.

Em uma das lojas no Centro de Lajeado, a frase “perdemos este item na enchente” foi ouvida pelos funcionários todos os dias. A venda de celulares, que sempre ocupou o primeiro lugar no estabelecimento, perdeu espaço para itens de necessidade básica, como equipamentos de cozinha e quarto.

“O mês de agosto foi memorável, impulsionado pelas vendas do Dia dos Pais. Mas setembro conseguiu superar. Teve gente que veio e comprou tudo novo. Ia comprar um terreno e desistiu para refazer a casa”, conta o vendedor Marcel Issa Qadan.

Vendas à vista

A liberação de recursos do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) também ajudou a manter o movimento. Nas lojas Certel de Estrela, Lajeado, Encantado, Arroio do Meio, Bom Retiro e Cruzeiro do Sul, também foi possível perceber o aumento de vendas.

Além disso, se notou que mais pessoas optaram por não parcelar o pagamento das compras. “Esse aumento e incremento das vendas à vista não é natural para o mês de outubro. Então, sim, nós já estamos notando esse movimento no varejo”, afirma o gerente comercial da Certel, Samuel Maders. Na loja, chama a atenção a procura por móveis.

Segundo o governo federal, a liberação do Saque Calamidade deve injetar R$ 600 milhões na economia gaúcha. Esse valor compreende dos depósitos de 354 mil trabalhadores, que em média estão sacando R$ 1,6 mil a partir da medida emergencial.

Atenção à inadimplência

Nas lojas de sapatos e vestuário, o número de vendas não alterou entre agosto e setembro. Em uma loja do Centro de Lajeado, a meta foi alcançada, mas há apreensão sobre como serão os próximos meses. “Sabemos que roupas não são prioridades. E já temos clientes negociando datas de pagamento das parcelas”, pontua a vendedora Daisy Pappen.

Com inadimplência acima dos 27% nos últimos seis meses, o comércio de Lajeado atingiu nesta segunda-feira, 2, a segunda maior marca da série histórica de cinco anos. Ao subir 0,2% e atingir os 27,5%, o índice só fica atrás do observado em outubro de 2018, quando registrava 29,3%.

Segundo pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Lajeado, junto ao banco de dados da Boa Vista An Equifax Company, hoje são 17 mil CPFs com algum restritivo junto ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) na cidade.

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