“Moeda de troca” na Câmara de Lajeado?

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

“Moeda de troca” na Câmara de Lajeado?

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Atualizado quarta-feira,
07 de Junho de 2023 às 09:21

Lajeado

A Mesa Diretora da Câmara de Lajeado apresentou, no início de abril, um projeto de lei ordinária para alterar a estrutura do quadro de funcionários do Poder Legislativo. Em resumo, a proposta inicial era extinguir os cargos de Telefonista/Recepcionista e de Auxiliar Administrativo, e criar os cargos efetivos de Tesoureiro, com exigência de bacharelado em Ciências Contábeis, e Assistente Administrativo, reservado aos profissionais com bacharelado em Direito, Ciências Contábeis ou Administração. Um dia após o PL ser protocolado, a presidente Paula Thomas (PSDB) assinou, em conjunto com o vereador Alex Schmitt (PP), uma emenda à matéria. Além das referidas funções, eles também sugerem o fim de todos os cargos de Auxiliar Administrativo, dos quatro de Auxiliar de Plenário e Comissões e, ainda, a extinção de quatro cargos comissionados.

Pois bem. Já se passaram quase dois meses e o projeto de lei ainda é empurrado com a barriga dentro do plenário da câmara. Já foram três pedidos de vista por parte dos vereadores. E não há previsão para votar a matéria que, além de garantir autonomia ao Poder Legislativo com a contratação de um Tesoureiro próprio – hoje o serviço ainda é vinculado ao Poder Executivo –, também diminui o número de cargos comissionados considerados irrelevantes pela Mesa Diretora. É uma situação instigante. Afinal, por quais razões a proposta ainda não foi à votação? Os parlamentares estariam com receio de votar contra a necessária redução no número dos “cargos de confiança”? É medo da repercussão pública? Ou o PL vai servir como possível “moeda de troca” para aumentar de 15 para 17 o número de vereadores na cidade? Aguardemos!


Vai engrossar o caldo

Com cinco mandatos completos, e três presidências de câmara no currículo, o experiente político Waldir Blau (MDB) retorna ao plenário do Poder Legislativo. E o caldo vai engrossar para o prefeito Marcelo Caumo (PP). Blau tem um perfil bem diferente de Adriano Rosa (PSB), cassado pela justiça eleitoral. O emedebista é conhecido pelos embates em defesa dos bairros mais periféricos, e também pela articulação para fortalecer a base dos opositores. Não por menos, ele já almeja assumir como presidente no próximo ano, e inicia os debates sobre a construção de uma sede própria para o trabalho dos parlamentares.


Carine em Juiz de Fora

Secretária de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Sustentabilidade de Estrela (Sedis), Carine Schwingel (União Brasil) retomou as energias após uma forte gripe e já está em missão institucional na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Acompanhada da Diretora de Meio Ambiente, Tanara Schmidt, ela realiza visitas às estruturas do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, único do gênero no país, e responsável pela formação e capacitação de profissionais técnicos em leite e derivados. O governo de Estrela projeta uma unidade semelhante junto ao complexo da antiga cervejaria Polar.


Os voos do Maneco

Ex-prefeito de Taquari e ex-presidente da Famurs, Maneco (PT) segue firme como Secretário de Comunicação Institucional da Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Mas, em entrevista exclusiva à Rádio A Hora, ele confirmou a expectativa de assumir uma cadeira na assembleia legislativa em 2025. Escrevi sobre o fato no mês passado. E, em resumo, o petista – que é terceiro suplente do PT – apenas aguarda pelo sucesso de deputados titulares que devem concorrer a prefeito (a) em 2024. Até lá, porém, o desafio é se manter firme na capital federal. E não é fácil.


Danilo e a reeleição

Prefeito de Arroio do Meio, Danilo Bruxel (PP) tem dito e repetido que não concorre à reeleição em 2024. Mas isso não é garantia de nada no mundo da política. Aliás, temos casos bem recentes em Lajeado, com Marcelo Caumo (PP), e no governo estadual, com Eduardo Leite (PSDB). Ambos anunciaram, em alto e bom som, que não concorreriam novamente aos cargos de prefeito e governador, respectivamente. E todos sabem como terminou essa milonga. Pois bem, e voltando ao gestor arroio-meense, há uma ala de articulistas – de situação e oposição – que observa indicativos contraditórios na conduta de Bruxel. Em suma, e para eles, a presença do chefe do Executivo em uma série de eventos comunitários denota uma vontade de persistir na prefeitura em 2025.

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