Em cima de uma proposta diferente, com mais interação entre as turmas, presença de tecnologias associadas aos conteúdos curriculares do Ensino Médio, a escola do Serviço Social da Indústria (Sesi) é uma das apostas para aproximar jovens ao mercado de trabalho. O projeto do novo complexo em Lajeado, no bairro Universitário, foi apresentado em maio de 2022 e a construção deve começar até julho. É o que afirma o superintendente do Sesi-RS, Juliano Colombo.
Ao todo serão seis novos institutos educacionais no RS, em um investimento total de R$ 300 milhões. O processo de licitação está em curso e a expectativa é de iniciar as obras até julho. Cumprido esse prazo, a ideia é começar as aulas no Ensino Médio em 2025. A primeira turma seria de 120 estudantes, chegando em 360 matrículas no terceiro ano.
De acordo com Colombo, o objetivo é dar resposta às evoluções da sociedade e servir de referência para outras instituições de ensino possam aplicar elementos da metodologia do Sesi. A escola será no complexo atual, no bairro Universitário. O prédio terá 4,3 mil metros quadrados, com salas de aula, laboratório, ginásio de esportes e biblioteca.
Além do complexo de Lajeado, o aporte de R$ 300 milhões vai custear escolas em outros cinco municípios (Bento Gonçalves, Canoas, Caxias do Sul, Novo Hamburgo e Santa Cruz do Sul), além da ampliação da estrutura existente em Pelotas. Quando em funcionamento, as unidades deverão gerar 2,4 mil novas vagas para estudantes e 300 empregos diretos.
Experiência pioneira no país
O quadro negro, com alunos enfileirados e o professor ao centro não é mais suficiente, diz Colombo. “Esse formato está ultrapassado. Para o próprio estudante é chato. Eles querem algo mais dinâmico, com aprendizagem prática.”
Pelo entendimento de que há uma desconexão entre ensino e mundo do trabalho surgiu a ideia para elaborar esse novo método. O formato foi criado faz dez anos e implantado em 2014 na cidade de Pelotas.
Cinco anos depois, o Ministério da Educação reconheceu a metodologia, o que serviu de estopim para contemplar outros municípios. O Sesi construiu escolas em Montenegro, Gravataí, Sapucaia, São Leopoldo e Caxias do Sul. Essas unidades gaúchas são pioneiras no país. Atendem mais de 14 mil estudantes. A duração do curso de Ensino Médio é de três anos, com um total de 4,6 mil horas\aula.
A escolha por Lajeado, diz Colombo, se deve à força industrial do Vale do Taquari. “É da indústria que vem os recursos para manter este projeto. A nossa intenção é de que a escola venha para dar respostas à necessidade cada vez maior de evolução das empresas”, salienta.
Formação de professores
A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), por meio do Sesi, inaugurou na semana passada o Instituto de Formação de Professores.
Localizado na Travessa Leonardo Truda, no Centro de Porto Alegre, o Instituto prevê a qualificação de gestores e professores de escolas públicas e privadas. A meta é preparar os docentes para desafios da prática em sala de aula, com respeito às culturas juvenis e emprego eficiente de recursos tecnológicos e pedagógicos.
São três os pilares de atuação do Instituto: o Programa de Formação e Gestão Educacional, o Observatório da Educação e o FabLearn. A qualificação docente por meio do Programa de Formação e Gestão Educacional já conta com a adesão de 38 municípios.