31 anos de Santa Clara do Sul

Opinião

Raica Franz Weiss

Raica Franz Weiss

31 anos de Santa Clara do Sul

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Durante toda a semana, a Coluna Memórias trouxe a origem dos municípios da região que comemoraram aniversário de emancipação entre 20 a 24 de março. Hoje, para encerrar os relatos, chega a vez de Santa Clara do Sul.

A história da Cidade das Flores está ligada também ao início de Lajeado. Antonio Fialho de Vargas, conhecido como o fundador de Lajeado, adquiriu uma grande quantidade de terras aqui na região na década de 1850. Vindo de Gravataí com a família, Fialho de Vargas se estabeleceu na Fazenda de Conventos (hoje bairro Carneiros) em março de 1855.

Na família Fialho de Vargas, muitos seguiram a vocação religiosa, entre eles, a segunda filha do latifundiário, chamada Maria Clara. A jovem vestiu o hábito junto à Congregação do Imaculado Coração de Maria, se tornando Irmã Clara de Santo Estanislau. Seus pais, donos de vastas terras, deram o nome da filha a uma fazenda de matas virgens que, anos depois, deu origem à cidade de Santa Clara do Sul.

No Álbum Jubilar do município, de 1969, o Padre Alberto Träsel conta que os primeiros moradores da localidade foram os imigrantes André Köhnlein, Francisco Scheibler, Felipe Schäffer, Jacó Kaiser, José Schwertner, Pedro Weber, Antônio Kunz, Jacó Lenhart, Martim Reis e Carlos Pietschmann, por volta de 1869. O documento foi organizado para os 100 anos de colonização de Santa Clara e 40 anos da paróquia.

A partir do ano de 1876, outros colonos foram atraídos para a localidade. Durante os anos seguintes, sem haver uma igreja na pequena vila, os moradores precisavam ir até Estrela ou Cruzeiro do Sul para atender às missas dominicais. Muitos aproveitavam esse dia e o trajeto para levar seus produtos e vender nas outras localidades do Vale.

Em maio de 1881, a primeira capela-escola da comunidade foi erguida. Naquele período, cerca de 80 famílias já residiam no território da então Picada Santa Clara, mas moravam muito longe umas das outras, distância que era agravada pela inexistência de estradas. Os animais selvagens também eram uma realidade para os colonos, que viviam em constante guarda das residências.

O primeiro cemitério de Santa Clara ficava onde hoje está o Salão Paroquial. Nos primórdios da vila, os colonos enterraram ali, sob a proteção de uma grande árvore, as primeiras crianças que faleceram na localidade.

As muitas histórias que o padre Träsel contou em 1969 evidenciam as imensuráveis dificuldades que os primeiros habitantes enfrentaram, realidade que marcou não só Santa Clara, mas o Vale inteiro.

Confronto histórico

Outro episódio que deixou marcas nas comunidades da região foi a Revolução Federalista, ocorrida entre os anos de 1893 e 1895. Sob o iminente ataque dos maragatos, em Santa Clara do Sul, os colonos, ao comando do Coronel José Diel, combateram o Bando de Zeca Ferreira e expulsaram os maragatos, defendendo a comunidade.

Outros marcos

A pequena localidade se tornou o 2º Distrito de Lajeado em 1914. Um ano antes, foi fundado o “Sindicato Rural para os colonos de Lajeado” que, em 1938, se transformou na atual Associação Rural de Lajeado (Arla).

Em 1918, foi criado o Tiro de Guerra 239 (na mesma época em que iniciou o Clube Tiro e Caça de Lajeado). Em 1946, esse Tiro de Guerra foi desativado e se tornou a Sociedade Centro de Reservistas.

Santa Clara do Sul também teve, por um breve momento, seu nome alterado para “Inhuverá”, em 1945. De origem indígena, significava “Campo Resplandecente”, mas a denominação logo voltou ao original, em 1948.

Santa Clara foi elevada à categoria de vila em 1938, mas os movimentos para tornar a localidade um município só foram concretizados na década de 1990. Junto das cidades de Capitão, Colinas, Mato Leitão, Sério e Travesseiro, Santa Clara do Sul conquistou sua emancipação em 20 de março de 1992.


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