Estar na área da educação te influenciou a ser escritora?
Quando ainda era jovem, existia em Lajeado os cursos Normal, Científico e de Contador. Optei pelo primeiro, que me daria uma profissão logo. E também era o que as mulheres mais frequentavam. Me formei no Madre Bárbara e, desde aquele tempo, já me destacava com meus textos e redações. Cheguei a ter um conto premiado, inclusive.
E quando foi que começou a escrever poesias?
Quando estava no curso normal, eu comecei a escrever, escrever e escrever. Fui guardando os textos. Depois, quando trabalhava na antiga DE (atual Coordenadoria Regional de Educação), surgiu um concurso em Gravataí e minhas colegas me incentivaram a participar. O vencedor teria um livro. Não cheguei a ganhar, mas aqueles que se sobressaíram foram chamados a participar de uma coletânea e eu fui convidada.
Como foi a publicação do primeiro livro?
Eu fui até o secretário de Educação da época, o Geraldo Daroit, pedir um patrocínio para participar da coletânea. Aí ele decidiu patrocinar o meu próprio livro. Então, em 1992, lancei o livro “Por minhas mãos”. Fiz duas edições. Em outubro de 1993, escrevi “Palavras do Tempo”. Por fim, em 2003, publiquei
“De amor e de sonhos”. Depois, houve um bloqueio, e não consegui mais escrever poesias. Para nós, escritores independentes, é difícil vender. O custo de um livro é muito caro. E a poesia precisa de muito alcance para conquistar o leitor.
Você ainda escreve?
Escrevo para os livros da Alivat, da qual sou uma das fundadoras. Também fiz uma poesia para a minha neta, e faço poesias quando me pedem, em alguma ocasião especial. E, por 21 anos, escrevi crônicas para o jornal O Informativo. Quando eles encerraram as atividades, eu estava no sofá escrevendo minha crônica, quando soube numa publicação do Deolí Gräff (atual presidente da Alivat). Até hoje não terminei de escrever ela. Agora, faço crônicas da minha neta.
Um livro de histórias?
É um caderno, com o dia a dia, as pérolas que minha neta de 4 anos conta. Quando ela tiver 15 anos, receberá esse material. A cada visita dela, eu escrevo uma história.
É mais fácil escrever uma crônica ou uma poesia?
Muitas pessoas me perguntam isso. Acho que a crônica é bem mais fácil, pois fala do cotidiano. Você olha e escreve. A poesia é mais difícil. Hoje eu não pego mais a caneta para escrever, mas a poeta ainda está dentro de mim. Isso ninguém me tira.