Quando iniciou a trajetória no esporte?
Desde a infância participei da escolinha de futebol do Avenida, em Santa Cruz do Sul. Minha casa era nos fundos do estádio. Sempre gostei das aulas de educação física e do esporte em geral.
Isso lá no final dos anos 70, início dos 80. Em 1982, o professor de Educação Física Guinter Feyerborn me convidou para ir fazer um teste no Mini do Corinthians SC. Lá fui eu, e assim começou realmente a minha trajetória no esporte.
O que te levou a ser professor e treinador?
Mais uma vez a vida colocou um professor no meu caminho. Era 1986, jogava na equipe da Sociedade Ginástica de Santa Cruz, e o professor Reginaldo Soares me mostrou a importância de sentir-se importante no ambiente em que estamos inseridos.
Não importando sua qualidade técnica, mas o que você poderia contribuir. Muitos não seriam jogadores, mas sairiam daquela experiência muito mais preparados para vencer e perder na vida, e nos dois momentos seguir em frente.
Quais os maiores ensinamentos que leva da profissão?
Minha profissão é também minha paixão, trabalhar com crianças e adolescentes. Tem que ter o afeto, que as vezes também é dizer não. Minha missão enquanto educador é impactar positivamente na vida dos meus atletas.
Gerações de jovens atletas passaram pela tua tutela. O que isto representa para ti?
Desde o dia que o Xis (coordenador do Ceat/Bira) foi a Santa Cruz do Sul fazer um amistoso contra as equipes do Corinthians, a minha vida mudou. Na época, ele precisava de um técnico para ajudar com as equipes Sub-12 e Sub-13, pois ele estava sozinho, e havia aumentado a quantidade de atletas da então recém formada parceria entre o Clube Atlético Ubirajá e o Ceat.
Ele convidou primeiro outro técnico, mas ele não quis vir a Lajeado. Me ofereci para o cargo. E desde então estou aqui. No dia 26 de abril de 1997 dei o meu primeiro treino no Ginásio Paroquial.
Em fevereiro de 2000 fui convido a dar aula e ser técnico também do Ceat. Desde então realizo um sonho por dia. Trabalho feliz, ou nem levo como trabalho. É o que gosto de fazer. É necessário muito estudo, horas longe da família, dos amigos, mas agradeço por tudo isso.
O que o basquete ensina além do esporte?
O basquete é um excelente esporte para se aprender a viver. Nele se perde e se ganha. Se chora de felicidade e de tristeza, se faz amizades eternas. Nos mostra que podemos ser bons e ser ótimos, que podemos e devemos nos conhecer melhor, que devemos dar mérito a quem se destaca, mas entender que não existe destaque se não houver um ambiente feito pelos outros integrantes.
Todos são importantes. Um é craque até 16 anos, outros viram atletas profissionais, alguns dão apoio, água num momento difícil. Outros nos animam todos os dias. É preciso ser companheiro e querer melhorar, e essa melhora é em relação a si mesmo.
Ainda tem um sonho que não realizou na profissão?
Tenho muitos, caso contrário posso parar. Continuar fazendo o que faço com o mesmo amor e prazer. Mais finais, para perder ou vencer. Retornar com o nosso time adulto. Nossas equipes de base sempre continuar entre os melhores do país. Principalmente formar atletas e pessoas do bem.
