“Somos a geração futura que nossos pais falavam”

ABRE ASPAS

“Somos a geração futura que nossos pais falavam”

Luiza Udovic Bassegio, 18, integra uma comitiva que se encontrará com o Papa Francisco, em setembro, na Itália. Criada em meio aos movimentos sociais, a jovem de Coqueiro Baixo estuda Relações Internacionais na Univates.

Por

“Somos a geração futura que nossos pais falavam”
Crédito: Tiago Greff
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O que é esta atividade que você irá participar?

É um encontro mundial para que jovens economistas e militantes das causas sociais possam repensar a vida, a economia, os valores e este modelo de sociedade que não vive em comunhão com a natureza. É uma iniciativa que envolve a juventude num processo de construção de uma economia que seja mais equitativa, fraterna, sustentável e com protagonismo de quem hoje é excluído. O local escolhido foi a cidade de Assis, na Itália, para recordar São Francisco de Assis que, no século 18, deixou a fortuna para abraçar a igualdade.

Como surgiu o convite para estar ao lado do Papa Francisco?

Foi fruto da minha própria caminhada. Eu e minha irmã Luiane acompanhamos a história de vida do meu pai Luiz, e da minha mãe Luciane desde o ventre. Eles sempre foram defensores e lutadores por vida, justiça e paz. Então cresci neste meio. Estes ensinamentos me conduziram à militância, primeiro no Grito dos Excluídos Continental e depois na Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara, que teve início em 2019 a partir do chamado do Papa Francisco. Comecei a acompanhar este grupo e fui convidada pelo sociólogo Eduardo Brasileiro para integrar a coordenação brasileira da entidade. A partir deste processo de trabalho coletivo, surgiu a indicação.

O que você espera desta experiência?

Fazer a minha parte. Não dá para ficar só cobrando se você não se envolve na solução do problema. Temos que se comprometer a fazer algo. Nós somos a geração futura que nossos pais falavam no passado. Seremos 2 mil jovens de todo o mundo no evento. Cerca de 200 do Brasil. Então a expectativa é de esperança e compromisso para construir novos caminhos que nos leve a uma economia socialmente justa, viável, ambientalmente sustentável e eticamente responsável.

Desde quando você se envolve com movimentos sociais?

Desde sempre. Nasci no meio da luta. A fome por justiça está no meu sangue. Com um, dois anos já acompanhava meus pais em reuniões e encontros. Com 5 anos, apresentei o resultado de um trabalho desenvolvido para 2 mil pessoas em Goiás. Minha vontade era sair correndo. Mas tomei coragem e, desde então, participei de muitos encontros nacionais e internacionais. Este ano, já estive no Fórum Mundial das Resistências, em Porto Alegre, e na Tenda do Bem Viver.

O que você aprendeu na militância em movimentos sociais que leva para a tua formação e também no teu futuro?

Não desanimar nunca. Persistir. Saber que, como cristã, como católica, devo assumir a bonita tarefa de transformar realidades. De lutar pelo projeto de vida que Jesus pregou: o bem viver dos povos. Um mundo onde não há apenas privilegiados e vencedores. E sim uma economia a serviço da vida, da educação, saúde, cultura, terra, teto e trabalho como direitos de todos.


Acompanhe nossas redes sociais: WhatsApp Instagram / Facebook

Acompanhe
nossas
redes sociais