Já é mais do que sabido que todos passam por adversidades na vida. É algo do cotidiano. É esperado do processo de evolução do indivíduo. Nesse sentido, o amor de um casal, por exemplo, é uma experiência que diz muito respeito a essa questão, conquanto muita gente ainda pense que amar condiz apenas em momentos felizes. Estamos aqui para aprender a subir cada degrau das nossas vivências e, não raras vezes, somos desafiados a colocar em prática aspectos que já são conhecidos por todos em tese, mas nem sempre em atitudes como compreensão, empatia e apoio. Nesse ínterim, amar alguém contém tantas prerrogativas, mas, ao mesmo tempo, é tão fácil quando estamos bem conosco mesmos. Compreender que amar é estar junto, sem julgamentos desnecessários, mas transformando-os em diligência amorosa. Não é fácil, mas é possível.
Falar do amor a dois é tão complexo, mas, acima de tudo, substancial nos dias de hoje, quando não há tempo aparente para nada. Uma questão a se perguntar, pois tempo é questão de prioridade, de escolhas, de prerrogativas internas de onde se quer chegar e com quem. Além disso, falar de amor abarca o que não é tão prazeroso, os dias tristes, as dificuldades pessoais, os intricados desafios que surgem. O amor também tem um aspecto pedagógico no amadurecimento da pessoa para, em cada fase, reinventar-se conjuntamente com seu par, porque, assim, o casal consegue sentir os mesmos objetivos, embora respeitando suas singularidades como pessoa. Não é fácil, mas é possível.
O amor a dois é uma experiência tão forte, mas autêntica também, porque se constrói na convivência que, na maioria das vezes, exige que, ora um ceda, ora o outro. O principal ingrediente talvez seja a compreensão, que é o esforço de entender o ponto de vista do outro e o que ele comunica, pegar na mão do outro e firmar que está ali, ao lado, numa presença de suporte e colaboração. Muito provável que as gerações de casais mais antigas utilizem essas características para perdurarem com tantos anos, como vemos hoje em dia. Não é fácil, mas é possível.
Assim, estar junto em qualquer momento da vida é, nada menos, do que a expressão mais genuína de amor ao outro. Ninguém disse que seria fácil, mas o possível somos nós que fazemos na continuidade da caminhada de quem se propõe a andar ao nosso lado. É possível.
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