Uma música, tantas memórias

Opinião

Bibiana Faleiro

Bibiana Faleiro

Jornalista

Colunista do Caderno Você

Uma música, tantas memórias

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Escuto uma playlist no Spotify até cansar. Por dias, as mesmas músicas fazem parte do meu repertório, até eu decorar as letras de trás pra frente ou enjoar de ouvi-las, o que vier primeiro. Então, mudo o cantor, o estilo e a língua. Vou de Rubel e Anavitória a Shawn Mendes, Ed Sheeran ou Taylor Swift.

Eu gosto de ouvir música enquanto estudo, lavo a louça ou vou caminhar. Também gosto quando não tenho nada pra fazer e é ela que me ajuda a concentrar quando tenho coisas demais.

Elas também marcam momentos importantes. Por escutá-las repetidas e repetidas vezes, a minha memória visual se confunde com a auditiva. Assim, mesmo tendo se passado anos, consigo lembrar de momentos muito específicos a cada vez que volto a ouvir as músicas que eu costumava ouvir naquela situação.

Lembro das férias em família, quando era mais nova, e das canções que escutávamos em todo verão. Quando troco o artista, lembro dos meus irmãos. De um show que assistimos juntos no nosso aniversário. Com outro ritmo, lembro dos seis meses em que vivi em Portugal. Eu costumava acordar e sentar na mesa da sala com uma xícara de chá ou leite todas as manhãs. E, hoje, sempre que volto a ouvir essas músicas, não preciso nem mesmo fechar os olhos para voltar no tempo.

Os meus artistas preferidos talvez não transmitam os mesmos sentimentos para outras pessoas. Mas novas letras e novos cantores, certamente o farão. Lembro do meu irmão contado que sempre que ouvia uma música específica, ele lembrava da viagem dele. E, quando eu a escuto, não lembro de nada relacionado a mim, mas imagino a própria experiência dele.

Porque a música é mesmo uma experiência. E fico feliz que minha memória se encontra nela. Assim, é só apertar o play pra voltar no tempo. Não para vivê-lo de novo. Viver o presente, mas com as lembranças de outros tempos.

Tem vezes em que gostamos de lembrar de quem já fomos, porque tem coisas que não gostaríamos de perder pelo caminho. As músicas nos ajudam nesse processo e, assim, não se torna difícil sentir o que sentimos há muitos anos, mesmo que seja pela memória de uma letra, artista, ou estilo musical.


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