Fórum debate práticas no comércio estadual

Cenário

Fórum debate práticas no comércio estadual

Evento teve participação de especialistas da Fecomércio-RS. Presidente da entidade também se posicionou sobre comércio aos domingos em Lajeado

Por

Fórum debate práticas no comércio estadual
Quinto Fórum Regional ocorreu ontem no Teatro do Sesc, em Lajeado (Foto: Jhon Tedeschi)
Lajeado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Lajeado recebeu nessa terça-feira, 13, o Fórum de Regional da Fecomércio-RS. O evento contou com a presença de representantes de sindicatos empresariais das Regiões Metropolitana e Centro do Estado. Palestrantes ligados à entidade apresentaram as ações desenvolvidas em quatro temáticas: acompanhamento legislativo, impactos da informalidade, evolução das vendas e novos produtos do sistema.

A abertura teve a presença virtual do presidente da Fecomércio, Luiz Carlos Bohn, além do presidente do Sindilojas-VT, Francisco Weimer, e da vice-prefeita de Lajeado, Glaucia Schumacher. A primeira explanação foi de Lucas Schifino, que demonstrou a plataforma de acompanhamento legislativo, chamada Representa+.

Os novos negócios da Fecomércio tiveram espaço na fala de Leonardo de Paula, que apresentou a parceria do sistema com empresas do ramo de seguros e benefícios, como vale-alimentação e vale-transporte. A economista-chefe da entidade, Patrícia Palermo, também participou, com a temática da evolução das vendas por região ao longo da pandemia.

Economia subterrânea

O impacto da informalidade foi um dos temas de maior destaque no evento, com a assessora jurídica Catiuce Lopes. Ela apresentou dados da Receita Federal sobre ações criminosas e os impactos que elas causam na economia. Em 2020, a economia subterrânea girou R$ 1,2 trilhão no Brasil, o equivalente a 17,1% do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com ela, a pandemia ainda diminuiu os números dessas ocorrências.

“Sempre vamos ter algum prejuízo, ou seja, quando tem o contrabando, o descaminho e a pirataria, quem deixa de arrecadar é o estado. Quais as consequências? Gera risco à saúde, compromete a arrecadação tributária, prejudica o comércio e a indústria, afeta o mercado de trabalho, e gera um desequilíbrio concorrencial”, explicou.

Entrevista

Luiz Carlos Bohn • PRESIDENTE DA FECOMÉRCIO

“Lajeado é um dos poucos lugares do Brasil que não pode abrir o comércio aos domingos”

• Em entrevista à Rádio A Hora, Bohn falou sobre o debate acerca da abertura do comércio aos domingos em Lajeado

• A Hora: Como você vê Lajeado no contexto da liberdade do comércio?
Luiz Carlos Bohn: Lajeado é um caso único no RS. No Brasil, talvez seja um dos poucos lugares que não pode abrir o comércio aos domingos. Sempre somos bem sucedidos nas decisões judiciais. O livre comércio é uma coisa que todos pregam e as decisões judiciais são nesse sentido. Só que em Lajeado nós perdemos no tribunal e perdemos no Supremo Tribunal de Justiça (STJ). Se não mudar a legislação municipal, continuaremos sem poder abrir aos domingos. Nós pregamos a liberdade de abrir quem acha que deve. Quem não quer abrir, não abra.

• Os trabalhadores, como ficam nessa situação?
Bohn: O trabalhador entende ao contrário, que as pessoas tem que ir na missa, tem que rezar, tem que descansar um dia por semana. De qualquer maneira a gente pode fazer isto trabalhando aos domingos, então não vejo porque essa legislação de Lajeado mudar. Temos que reconhecer que perdemos uma ação, e só a lei modificada pela câmara de vereadores vai poder permitir a abertura aos domingos, mediante convenção coletiva. O sindicato laboral sempre vai ser consultado para fazer acordo nos feriados. Para nós, a negociação é uma boa maneira das partes se entenderem.

• Qual seu entendimento sobre essa discussão?
Bohn: Essa lei que proibiu a abertura é antiga. Neste ponto isto é muito sagrado. O município pode legislar sobre o horário do comércio, mas não sobre o fechamento do comércio. Se a lei diz que o comércio pode ficar aberto das 11h ao meio-dia, tudo bem. Não permitir abrir nunca foi entendido como uma coisa legal. E todos os recursos judiciais que fizemos, todas as ações judiciais conseguiram vingar a tese para derrubar a lei municipal. Em Lajeado, infelizmente para quem quer abrir, não foi possível. Estamos torcendo para um acordo com a câmara, falando com o Kiko (Weimer, presidente do Sindilojas-VT), entre outras forças vivas, para que a gente faça esse entendimento e pare com essa queda de braço.

 

Acompanhe
nossas
redes sociais