Quando decidiu que estudaria cinema?
Escolhi fazer cinema ainda muito nova, e nem sei exatamente o porquê. Gostava de tudo que envolvia a arte, então fui atrás de uma faculdade que tivesse um curso com audiovisual envolvido. Acabei vindo para a Unisc e logo vi que fiz a escolha certa.
Qual a área desta arte que mais te fascina?
É muito difícil escolher algo do cinema que me fascine mais. Eu gosto muito da parte da arte, mas também me envolvo bastante na produção e, mais recentemente, tenho me aventurado na direção e na assistência de direção.
Quais as tuas inspirações?
Ultimamente as que mais me marcaram são o Kleber Mendonça Filho, que dirigiu filmes como Bacurau e Aquarius. E o Jorge Furtado, que fez Ilha das Flores e Saneamento Básico. Admiro muito o cinema que mostra o interior e também que denuncia as falhas do nosso sistema. É uma forma muito importante de conscientização.
Como avalia o incentivo ao cinema no nosso país?
O incentivo está bem prejudicado nos últimos anos. A Ancine está sendo desmontada e os incentivos financeiros estão cada vez mais difíceis de se conseguir. O nosso filme, Cacicus, foi desenvolvido de forma independente. Por mais que tivemos todo o apoio possível do curso de comunicação, ainda precisávamos bancar algumas despesas. Fizemos uma rifa para arrecadar fundos e ainda sobraram custos que precisávamos cobrir. Nossa equipe tinha cerca de 20 pessoas que doaram seu trabalho ao projeto. Nós esperamos muito que essa situação mude para que a gente consiga fazer muito mais filmes e para levar o nome das nossas cidades para o mundo.
Qual o enredo do curta?
O curta conta a história da Laura, uma menina que trabalha com o pai em uma lavanderia que está prestes a falir. Ela troca bilhetes com uma cliente pelas roupas e é incentivada a buscar a própria liberdade para além do barulho das máquinas.
O que representa para ti estar no festival?
Estar no Festival de Gramado é um sonho realizado. Esse festival sempre foi importante para mim desde que soube que queria trabalhar com cinema. O Cacicus só está indo longe porque foi concebido e produzido com muito carinho pelo trabalho de muita gente talentosa, que se dedicou e deu o seu melhor. O sentimento maior é gratidão por todos que acreditaram no filme antes mesmo dele sair do papel.
Qual é o seu sonho no cinema?
Meu sonho é conseguir viver disso, fazer arte e trabalhar com cinema. Quero poder falar com muitas pessoas através das obras. O audiovisual tem um potencial revolucionário, quero poder mudar a realidade atual, fazer minha parte.
