“Eu queria encontrar a vida, resgatar o que as pessoas eram”

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“Eu queria encontrar a vida, resgatar o que as pessoas eram”

O gosto pela arte surgiu quando ela era ainda criança, em Poço das Antas, e o pai costumava criar desenhos para ela pintar

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Atualizado segunda-feira,
26 de Julho de 2021 às 14:38

“Eu queria encontrar a vida, resgatar o que as pessoas eram”
(Foto: Divulgação/Tatiane Ertel)
Vale do Taquari

Com uma câmera e a imaginação, Tatiane Ertel, 32, é capaz de tocar a alma de quem fotografa. O gosto pela arte surgiu quando ela era ainda criança, em Poço das Antas, e o pai costumava criar desenhos para ela pintar.

Alguns anos mais tarde, entrou para o grupo de teatro da escola e a vontade de cursar Artes se tornou uma opção para o futuro. Tatiane frequentou a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e foi no período que começou a enxergar a fotografia de outra forma.

Ela trabalhava como doméstica enquanto estudava. Um dia, lavando a louça, percebeu diferentes texturas e elementos do cotidiano que poderiam ser fotografados. “Eu fazia um jogo de desconfiguração dos objetos, era uma experimentação, e eu queria também despertar a imaginação”.

Depois de alguns trabalhos como modelo, passou a observar as proporções das pessoas. Os ensaios fotográficos para mulheres vieram em seguida. Mas ela queria mais. Quando terminou o curso em Artes, fez residência em saúde mental.

“Tinha essa vaga para artistas e naquele momento, tive que encontrar uma nova forma de me comunicar. Eu queria encontrar a vida, resgatar o que aquelas pessoas que atendíamos eram”, conta.

Ela gostava de conhecer quem estava do outro lado das lentes de sua câmara.

Em 31 de dezembro de 2016, foi chamada para fotografar o casamento de haitianos. “Foi amor à primeira vista com as famílias e as crianças”, conta.

A partir daquele dia, Tatiane passou a visitar as famílias com frequência e um dia quis fotografar a fé de uma mãe e suas duas fiilhas. “Eu não sabia como fotografar. Mas acordei um dia e sabia que tinha que ir lá. Peguei a mala com alguns tecidos que sempre carrego comigo e fui para a casa delas”, lembra.

No pátio daquela casa, ela criou uma série fotográfica que recebeu prêmios internacionais, como da National Geografic. Com outras fotografias, foi convidada para expor o trabalho em galerias de Paris, da Grécia e Costa Rica. Uma exposição também vai para a Holanda.

Hoje, em Estrela, ela divide o trabalho artístico com o comercial, com a venda de quadros. Também faz ensaios de gestantes, famílias e, especialmente, mulheres. O trabalho dela pode ser conferido no site.

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