A morte como ciclo natural da vida

Opinião

Caroline Lima Silva

Caroline Lima Silva

Assuntos e temas do cotidiano

A morte como ciclo natural da vida

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Atualizado sábado,
15 de Maio de 2021 às 09:21

Vale do Taquari

Estamos vivendo um tempo em que o sofrimento e a morte são constantes e aparecem de uma forma evidente diante da pandemia do co­ronavírus. A perda de pessoas tanto desconhecidas, quanto próximas de nossos círculos de amizade nos coloca frontalmente ao inevitável da vida. Entretanto, nós ocidentais não temos o hábito, tampouco a cultura de olharmos a morte de uma forma natural e como parte do ciclo vital do ser humano e de todos os seres da natureza, de nascer, crescer, viver e morrer, como o fazem os povos orientais desde a tenra idade. A nossa tendência é negá-la e tentar controlá-la

de alguma forma para conseguir­mos internalizar o seu sentido e significado. Assim, ter a confiança na vida e nas leis que a regem talvez seja a maneira mais sábia perante o enfrentamento do aparente fim. Aparente, pois para alguns apenas o corpo físico morre, e o espírito segue em novas dimensões evolu­tivas, enquanto, para outros, a cren­ça se alicerça no nada.

De acordo com a ciência mo­derna, a espiritualidade, dimen­são humana sem qualquer viés religioso, aumenta a qualidade de vida e proporciona respostas lógicas e ponderadas que ajudam o ser humano a aceitar o que não pode mudar, como a morte neste instante. Principalmente num contexto social de doença ainda sem cura, permeada de tantas incertezas. Entretanto, desenvolver uma espirituali­dade significa ter fé em si e na vida e a compreensão de que tudo acontece por um propó­sito maior no Universo. Talvez possamos pensar que seremos exatamente iguais como somos hoje, pois na natureza nada se cria, nem se perde, mas se transforma num outro estado de consciência e energia. Acima de tudo, respeitemos as diferentes opiniões e crenças em relação a isso, entendendo que a situação experienciada pela humanidade com a pandemia a transformará em todos os sentidos.

Por fim, e o mais importante de ser lembrado, é o amor que vivenciamos na vida, porque esse sentimento jamais se de­senlaça daqueles que já partiram pelos que ficam, porque é o sen­timento por excelência, de onde todas as outras virtudes nascem. Somos amor em estado de latên­cia esperando para aflorar em cada relação com aqueles que criamos um elo, tendo a oportu­nidade de ressignificar sempre a nossa história, as nossas dores e as nossas perdas. Dessa forma, podemos nos resignar a partir do amadurecimento emocional e fazermos da nossa vida uma experiência grandiosa de amor, crescimento e evolução. Somen­te a nós cabe fazer isso.

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