Um refúgio ecológico no morro

Em meio à natureza

Um refúgio ecológico no morro

Situado no Morro Gaúcho, o Eco Container se tornou um lugar para quem gosta de explorar a natureza de forma consciente

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Atualizado sexta-feira,
23 de Abril de 2021 às 17:01

Um refúgio ecológico no morro
Roberta, Ivani e Raiza criaram um ambiente ecológico para passar os fins de semana e também compartilhar com outras pessoas (Foto: Arquivo Pessoal)
Arroio do Meio
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Em meio às árvores nativas em um terreno no Morro Gaúcho, fica uma charmosa construção. Durante a noite, é a luz da lua, da fogueira ou de um fio de luzinhas que colore o ambiente cuidadosamente pensado pela família. É lá que fica o “Eco Container”, um refúgio ecológico para quem gosta de explorar a natureza sem danificá-la.

É assim que o espaço criado pelas irmãs Roberta Stefani, 26, e Raiza Halmenschlager, 24, ao lado da mãe Ivani Salete Stefani Halmenschlager, a Kika, 55, é apresentado nas redes sociais, na página do Instagram. Ele se tornou também um local de hospedagem para visitantes e as reservas podem ser feitas pela própria página ou pelo Airbnb.

Mas, antes de se tornar um espaço para receber hóspedes, a construção da casa era um sonho da família. A terra era de um antigo vizinho do pai, Ildomar Halmenschlager, mas estava abandonada e cercada por mato. O lugar abrigava uma casa de madeira e servia para a criação de gado e cultivo da lavoura. O pai contava que jogou muito futebol com os amigos por lá.

A ideia de Ildomar e Kika era plantar madeira de reflorestamento, ter um espaço para a criação de abelhas e construir um retiro para passar os finais de semana. Mas, desde 2010, quando Ildomar faleceu, o sonho ficou “adormecido”.

Antes, o lugar abrigava uma casa e servia para a criação de gado e cultivo da lavoura (Foto: Arquivo Pessoal)

Foi no início da pandemia, no ano passado, que Roberta, Raiza e Kika decidiram tirar a ideia do papel. “Pensamos em muitas maneiras de construir e optamos pelo container por ser a mais segura, rápida e sustentável”, conta Raiza, estudante de arquitetura e urbanismo.

Elas queriam algo “não convencional” e buscaram o menor impacto ambiental possível. “Optamos pela estrutura do container para possibilitar uma obra limpa, com geração mínima de resíduos e entulhos. O container também é um material que já teve sua vida útil esgotada no transporte de cargas e ao invés de virar mais um entulho no planeta, virou nossa casa”, explica Roberta, estudante de jornalismo.

Desde o jardim até o interior, o lugar foi todo montado pela família que procurou unir simplicidade e aconchego naquele que virou um lugar especial no morro. As cadeiras que Ildomar ganhou no enxoval do casamento também fazem parte da casa. “É como um lembrete que ele faz parte da idealização de cada cantinho e está sempre presente, de alguma forma, com a gente”, acredita Roberta.

Sem wi-fi e com energia solar

A proposta ecológica já começa com a utilização do container. Além disso, a energia utilizada no local é solar e a água vem de um poço artesiano. O lixo orgânico se decompõe no “mato” e as meninas prezam pela não utilização de utensílios descartáveis. A casa não possui wi-fi e é cercada por trilhas.

Outro ponto ecológico da estrutura é o isolamento térmico, feito de lã de Pet, uma composição de materiais reciclados pouco invasiva ao solo e à natureza do entorno. A ideia é compartilhar os hábitos já adotados pela família com outras pessoas e permitir que se hospedem no lugar.

“Levar as pessoas para o meio do mato talvez seja uma forma de aproximar e trazer a responsabilidade do cuidado para cada um. Fazer a sua parte parece clichê e pouco, mas é imprescindível”, acredita Raiza.

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