Um executivo, uma criança e uma história para refletirmos…

Opinião

Jonas Ruckert

Jonas Ruckert

Diretor do Colégio Teutônia

Assuntos e temas do cotidiano

Um executivo, uma criança e uma história para refletirmos…

Por

Teutônia
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Na coluna desta semana escrevo uma história que vez ou outra já contei. Histórias me fascinam! Gosto de ouvi-las e contá-las, possivelmente memória afetiva das muitas e muitas noites em que ao pé da cama tive o privilégio de uma mãe atenciosa e dedicada, sempre disposta a me contar uma. A que segue não é de minha autoria e cujo autor desconheço. Recomendo! Vale os dois minutos desta leitura.

Um executivo de multinacional, muito talentoso por sinal, foi chamado pelo presidente da companhia para dar conta de um grande desafio. Esse, pela sua complexidade, exigiria não só talento, como dedicação e amplo conhecimento da área. Ninguém melhor que o jovem recrutado para a missão. A tarefa exigia concentração e foco, de tal maneira que o executivo foi autorizado, em tempos em que nem se imaginava o que era uma pandemia de Covid-19, a realizar a tarefa em sua casa e trazer a solução em duas semanas.

Já em casa o executivo entendeu que a tarefa não seria tão complexa assim e que na primeira semana poderia se dar a condição de passeios e brincadeiras com o filho, menino de quatro anos, com muita vitalidade.

A segunda semana começou lenta. Na terça, ritmo um pouco melhor. Na quarta-feira ritmo total e uma criança no entorno do pai, quase sempre ausente, suplicando: papai, joga bola comigo! Papai, vamos na praça brincar! Papai, podemos correr lá fora? Foco e concentração viraram inquietação e, ao longo das horas, irritação. A quinta passou e chegou a sexta-feira, sem foco, sem solução para o desafio e com uma doce criança no entorno repetindo os pedidos de todos os demais dias. Os sentimentos de ansiedade e irritação passaram a tomar conta do talentoso executivo que, ao olhar para a parede e perceber um gigante mapa mundi propôs uma tarefa ao menino. Filho, disse ele: vamos dividir esse mapa em algumas partes e, quando você o tiver montado, bem certinho, com os países e continentes corretos, o papai brincará com você. O mapa mundi foi dividido (rasgado) em várias e várias partes entregues ao menino de apenas quatro anos com a seguinte orientação: enquanto você não o tiver montado corretamente, não venha até o papai.

Entendendo ter achado a solução para livrar-se do assédio do filho e focar-se na resolução da situação pôs-se a pensar nas estratégias, nos processos, nas implementações das metodologias capazes de solucionar o desafio da multinacional. Tudo fluía até passados 15 minutos. O menino chega até a porta do escritório e diz ao seu pai que “o mundo está concertado!” Incrédulo e com um sorriso amarelo o executivo vai até a sala e percebe que todas as partes, as muitas partes estão ordenadas de forma correta. Países, continentes, tudo correto. E não só! Por frequentar a escola o menino havia aprendido habilidades e desenvolvido competências para usar cola, encaixando e colando as parte entre si. Incrédulo o pai pergunto ao filho como ele havia conseguido juntar tudo isso, de forma tão rápida, correta e ainda com toda a colagem? Prontamente o menino levantou o mapa, com cuidado, entendendo que poderia, a cola estar ainda úmida, e o foi virando de forma que o pai fosse enxergando as costas do mesmo. O que se via: a figura de um ser humano. Ao girar completamente o mapa o menino olhou profundamente nos olhos de seu pai e indagou: Papai, quando consertei o homem, o mundo estava consertado!

História simples… Boa para pensar!

A sociedade entenderá, muito em breve, o equívoco de seu silêncio. Me incluo nisso. Enquanto calamos, o mundo padece e uma nação inteira permanece ausente dos espaços escolares, à mercê dos desígnios ora políticos, ora judiciais, ora…

Fiquemos todos bem, em saúde e lúcidos.

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