Logística: nossa mola propulsora

Opinião

Ardêmio Heineck

Ardêmio Heineck

Empresário e consultor

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Logística: nossa mola propulsora

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Atualizado sábado,
17 de Abril de 2021 às 07:27

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Em 13 de março uma carreta carregada com combustível explodiu sobre a ponte do Arroio Boa Vista/Estrela, na BR-386, comprometendo a via onde aconteceu o acidente e avariando a passagem da outra mão da rodovia. Como consequência, transtornos diários com prejuízos expressivos (econômicos, de tempo e psicológicos) dos usuários.

Previsão de normalidade em 13 de maio (sessenta dias após). Este prazo não ficou em seis meses porque os prefeitos de Estrela e Lajeado, a CIC Vale do Taquari e a Acil se mobilizaram, formaram um comitê de crise e contaram com a boa vontade da concessionária (CCR) e da Agência Reguladora (ANTT), mercê da interveniência imediata do senador Heinze. Mesmo assim, os transtornos diários poderiam ser menores caso houvesse, desde o início, uma gestão mais eficiente do problema, por quem de obrigação.

Aí aflora um nó estrutural logístico histórico nosso: a falta de travessias alternativas entre Lajeado/Estrela e Lajeado/Arroio do Meio. Sim, ninguém ainda se flagrou: caso aconteça algo parecido sobre a ponte do Rio Forqueta, na ERS-130, toda a conexão com a região de Encantado, Guaporé, Casca, Marau, como fica?

Nas semanas seguintes ao acidente da 386 esta discussão era acalorada. Mas agora, mês e meio depois, já nem tanto, para, quem sabe, esfriar de vez, logo adiante. A não ser que algum grupo arregace as mangas e assopre o braseiro por debaixo das cinzas, para que esta chama não se apague. O mesmo espírito que norteou um grupo na década de 1950 para trazer o traçado da 386 para cá. E outro que conseguiu, mais tarde, seu alargamento/duplicação até Porto Alegre.

Lajeado, Estrela, Arroio do Meio e Cruzeiro do Sul são considerados, legalmente, conglomerado urbano. Por isto, por exemplo, não pagamos DDD na telefonia entre eles. Uma conquista dos anos 2000 liderada por Carlos Alberto Martini, quando secretário da Indústria e Comércio de Lajeado. Assim, há amparo para outras facilidades serem buscadas. Como, por exemplo, duas novas pontes sobre o Rio Taquari.

Uma, interligando Lajeado/Estrela, mas na altura de São Rafael – Cruzeiro do Sul. Se justificaria, adicionalmente, como integrante de um alongamento da RST-453 a se interligar, com a nova travessia, com a “Trans Santa Rita”, do lado de Estrela, conectando, daí, com a 386. Um pouco acima desta interseção, volta a encontrar a 453 (já como Rota do Sol), rumo a Garibaldi/Caxias.

A outra ponte seria entre Arroio do Meio/Encantado, num prolongamento da RST-130, encontrando a RST-129 do outro lado do Taquari e seguindo em direção à intercessão com a Rota do Sol. Possibilitaria, aos veículos, derivarem, então, para a 386 sem congestionar Arroio do Meio/Lajeado/Estrela ou, subirem em direção a Caxias e Terra de Areia, onde, via BR-101, rumam ao Norte do Brasil.

Teremos um anel viário circundando o conglomerado urbano de que falei, ao tempo em que seria uma excelente opção de conexão, para as principais microrregiões do Vale do Taquari. E tendo no seu miolo, o Centro Logístico Intermodal junto ao Porto de Estrela, em gestação. Uma “santa loucura” futurista.
Impossível? Não só possível, como necessário. Basta definirmos, como Região, o Projeto e gestionarmos, junto ao Governo do Estado, sua inclusão no pacote de concessões à iniciativa privada, das rodovias hoje em poder da EGR. Como fazê-lo? Unidos, coesos e com o apoio das devidas parcerias estratégicas na articulação junto aos escalões competentes.

Porém, com dois pontos inarredáveis: que a obra tenha a grandiosidade que o Vale precisa para alavancar seu futuro e que a cobrança do pedágio seja eletrônica (paga o que usa e sem o cercamento oneroso dos nossos municípios, via cancelas).

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