Kit Covid divide opiniões entre médicos

Coronavírus

Kit Covid divide opiniões entre médicos

Fabiano Ramos e Luiz Fernando Kehl participaram do programa A Hora Bom Dia desta sexta-feira e debateram o tema

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Atualizado sexta-feira,
05 de Março de 2021 às 13:14

Kit Covid divide opiniões entre médicos
Fabiano Ramos e Luís Fernando Kehl falam sobre o kit covid (Fotos: Divulgação e Ana Carolina Becker)
Vale do Taquari
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A utilização do kit covid para casos de coronavírus foi tema do programa A Hora Bom Dia, da Rádio A Hora 102.9, na manhã desta sexta-feira, 5. Participaram os médicos Luiz Fernando Kehl e Fabiano Ramos, que possuem perspectivas diferentes sobre este tratamento.

Médico infectologista, participante de estudos sobre vacinas da covid-19 e professor universitário, Ramos destaca que esse é um momento muito complicado. “O kit precoce que existe e as medicações que hoje integram o kit não possuem nenhuma evidência de que essas medicações funcionem nas pessoas”, observa.

Segundo ele, cerca de 90% das pessoas que são contaminadas pela doença irão evoluir bem. “Muitas pessoas que usam a medicação vão achar que estão melhorando, mas poderiam melhorar de qualquer forma.”

A maioria das pessoas que chega aos hospitais, conforme o profissional, já chegam utilizando alguma medicação. “Quem está na linha de frente tem visto que as medicações também não funcionam e isso os estudos também tem demonstrado”, explica.

O infectologista também alerta que muitos jovens internam já chegam usando corticoide. “O que tem demonstrado uma forma prejudicial da doença porque o corticoide parece acelerar ainda mais quando usado precocemente.”

“Isso se chama prevenção, não é tratamento”

O médico pediatra e professor universitário, Luiz Fernando Kehl, explica que quando se faz o uso da medicação preventiva se quer “criar um forma para que esse vírus, caso entre, tenha a possibilidade de ser barrado no organismo. Isso se chama prevenção, não é tratamento.”

Desde março do ano passado, segundo Kehl, um grupo de médicos liderados pela Universidade Federal do Ceará, inspirados em modelos da Índia, sugere que as pessoas que atuem na linha de frente tomem regularmente ivermectina e hidroxicloroquina. “Ivermectina, dois comprimidos a cada 14 dias; e hidroxicloroquina, um comprimido a cada sete dias. Como uma forma de prevenção, não tratamento”, observa.

Conforme o médico, o estudo do Ceará teria mostrado que os profissionais de saúde que usaram esses medicamentos tiveram taxa de infecção muito baixa. “Diferente da taxa de infecção das pessoas que não usaram o esquema. Isso se chama prevenção”, como exemplo ele cita a cidade de Porto Feliz, interior de São Paulo.

De acordo com o profissional, essa técnica também chamada de profilaxia tem algumas restrições. “10% não melhoram e evoluem para a fase 2, quando nós nos obrigamos a acrescentar outro tipo de medicamento, cujo suporte fundamental é o uso do corticoide e de um anticoagulante porque a doença desencadeia um fenômeno de tromboembolismo, responsável pela lesão pulmonar que vai gerar falta de ar nos pacientes.”

Ouça as entrevistas dos profissionais de saúde:

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