Obrigado por tudo, 2020!

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia do Grupo A Hora

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Obrigado por tudo, 2020!

Por

Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Eu nunca imaginei passar por tudo que passei neste ano. Jamais pude pensar que chegaríamos no Natal ainda usando máscaras e atravessando aquilo que muitos chamam de ápice dos contágios por coronavírus. Eu não imaginava.

Poxa vida, eu ainda lembro de fevereiro, quando as redes de televisão mostravam o impacto da covid na China, depois na Europa. E eu pensava: Será que esse vírus travestido de coroa virá para cá? Não só veio como ficou. E por aqui ficará por um tempo, inclusive depois da virada do ano. É melhor acreditar.

A pergunta que me faço neste momento é: qual é o saldo deste ano de perdas irreparáveis (vidas, empregos, convívios), de tensionamento, de medo, angústia, tristeza?

2020, para mim, é um ano para agradecer.

2020 demora para acabar. Estamos ansiosos e na esperança de que na última volta do ponteiro tudo possa, como num toque de mágica, voltar ao normal. Não será assim.

Foi o ano mais diferente em muitas e muitas décadas. Por mais duro que tenha sido, tive a oportunidade de estar presente para aprender muito, ainda que a duras penas. Um ano que nos deu oportunidades, que por si só sustentam a razão de estarmos aqui hoje para o obrigado.

O Natal aflora os sentimentos mais genuínos e nobres nas pessoas. Quem dera fosse Natal todo o dia, já cantava Paulinho, vocalista de Roupa Nova, uma entre as milhares de vítimas que não superaram a covid-19. “É tempo de paz, todo mundo é igual”, continua a letra de um dos tantos hinos de Roupa Nova. E nada nos igualou mais do que a pandemia. Ricos ou pobres, negros ou brancos, grandes ou pequenos, cristãos ou ateus.

O ar que precisamos para alimentar nossos pulmões é o mesmo para todos. Aqui ou na China. Em Nova Berlim, em Canudos do Vale, ou em Berlim, na Alemanha.

É provável – e tomara que assim seja – que apenas em séculos alguma geração possa enfrentar algo parecido. E eu tive o privilégio de vivê-lo. 2020 é um ano fácil de memorizar. “Vinte-vinte”.

O ano que, forçadamente, nos empurrou para mais perto dos nossos filhos.

O ano que nos fez enxergar o melhor e o pior dos nossos pares e das pessoas que estão mais perto da gente.

Obrigado por isso!

Percebemos, entre tantas coisas, que podíamos bem mais do que estávamos entregando e fazendo até março.
Aprendemos o valor do mestre e do que representa na essência e na prática a palavra ensinar. Saímos do automático para reconstruir rotinas, caminhos e saídas. Obrigado por isso!

De repente, as nossas casas viram sala de aula, parque, praça, campo de futebol. Nunca antes ouvimos falar tanto em resiliência, paciência, empatia. Adjetivações que dez meses depois fazem parte do nosso dicionário pessoal. Obrigado por isso!

2020 demora para acabar. Estamos ansiosos e na esperança de que na última volta do ponteiro tudo possa, como num toque de mágica, voltar ao normal. Não será assim. Por isso, vamos fazer de 2020 um ano especial. O ano do maior aprendizado, e a partir das nossas escolhas e atitudes, fazer surgir coisas melhores em 2021, 22, 23.

Obrigado, 2020. Vou te usar para aprender tanto, que não preciso e nem quero ter outra chance para aprender o que tu me ensinaste.

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