Áreas em risco de lockdown no Rio Grande do Sul

Avanço da pandemia

Áreas em risco de lockdown no Rio Grande do Sul

Cenário do coronavírus no RS é pior do que no inverno, afirma secretária Arita Bergmann. Cálculo dos indicadores revela possibilidade do estado ter pela primeira vez, desde março, localidades com bandeira preta

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Atualizado sexta-feira,
04 de Dezembro de 2020 às 08:07

Áreas em risco de lockdown no Rio Grande do Sul
Estado
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Hospitais lotados, 100% dos leitos de UTI ocupados e ascensão diária de novos casos de covid-19. Esse é o cenário da pandemia em diversas localidades do Estado nesta semana. As próximas duas semanas serão decisivas para o sistema de saúde. Essa é a avaliação do comitê de crise do RS.

Dos mais de 2,3 mil leitos intensivos no RS, ontem o percentual de ocupação superou 80%. Representa nível crítico de atendimento. Em algumas localidades, em especial na capital, Região Metropolitana e no Vale dos Sinos, há instituições de saúde que alcançaram a capacidade máxima.

O pior cenário é na região de Novo Hamburgo. Ontem a ocupação saltou de 90% para 113%. Para atender os casos graves, foram adaptados leitos de enfermaria. “Corremos o risco de termos regiões em bandeira preta”, afirmou a secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann, em entrevista na manhã de ontem ao programa Frente e Verso da Rádio A Hora.

Essa observação antecede a divulgação de hoje da 31ª rodada do mapa do distanciamento. De acordo com ela, o patamar atual da pandemia supera os números vistos no fim de julho, quando o RS teve o momento de pico da doença.

Caso se confirme a bandeira preta, mais restrições serão impostas. “Viveremos uma espécie de lockdown e só funciona o essencial”, disse. Quanto ao Vale do Taquari, aumento expressivo nas contaminações exige cautela.
O temor da secretária é que nas próximas semanas o atendimento em saúde entre em colapso. Significa que faltariam leitos clínicos e de UTI para receber pacientes com o quadro severo da doença.

“Nunca tivemos tanta circulação do vírus”

Integrante do comitê regional de contingenciamento, o secretário de Saúde de Lajeado, Cláudio Klein, demonstra preocupação com o número de casos ativos na região. Para se ter uma ideia, pelos cálculos de ontem, a maior cidade da região conta com 386 pessoas contaminadas e em isolamento.

Na quarta eram 316 e na terça-feira 309. A maioria dos pacientes com covid-19 ativos tem de 20 a 59 anos. “Nunca tivemos tanta circulação do vírus. É um momento preocupante. Só saberemos do impacto disso no sistema de saúde nas próximas semanas, dependendo do avanço das condições clínicas das pessoas”, explica Klein.

Dois motivos são apontados pelo secretário como causadores desta alta taxa de infecção: o período eleitoral e os encontros particulares, como jantares, festas, churrascos entre familiares e amigos. “Hoje temos evidências que não é o comércio, a indústria e nem as escolas que estão tendo surtos de covid-19.”

“Os dados da nossa macrorregião não demonstram risco de colapso”

As bandeiras de risco de cada uma das 21 regiões do Estado são definidas a partir de 11 critérios. Cada indicador é pontuado pelo o comportamento dos contágios nos últimos sete dias e também após duas semanas.

Além dos dados de cada microrregião, são contabilizados os indicadores da macrorregião (no caso do Vale, entram municípios lindeiros de Santa Cruz e de Cachoeira do Sul), bem como os resultados das últimas semanas de todo o Estado.

Como há um escalonamento nos contágios por todo o RS, isso traz impactos para Lajeado e para todo o Vale do Taquari. Ainda assim, integrantes do comitê regional não acreditam que essa semana haja uma evolução para a bandeira preta.

“Projeta-se um cenário complexo, umas vez que o número de casos ativos em Lajeado e região estarem elevados. Hoje os dados de nossa macrorregião não demonstram risco de colapso”, afirma o diretor executivo do Hospital Bruno Born (HBB), Cristiano Dickel.

De acordo com ele, com base na situação atual, a instituição tem conseguido manter os atendimentos com a estrutura hospitalar existente.

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