ARKI em Lajeado

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

ARKI em Lajeado

Por

Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O assunto ARKI segue fervendo nos bastidores da política lajeadense. Nessa terça-feira, o promotor de justiça Neidemar Fachinetto notificou os proprietários da ARKI para prestarem informações no dia 1º de setembro, e também notificou os vereadores Ernani Teixeira (PP) e Mariela Portz (PSDB) para que, em um período de até cinco dias, apresentem por escrito suas versões sobre declarações em plenário e referentes às indicações junto à terceirizada.


ARKI em Lajeado II

Ambos os parlamentares foram notificados em função de uma sessão plenária de fevereiro deste ano. A tucana naturalizou a indicação de cargos no meio político, e defendeu a qualidade no momento da escolha. Ela garante que nunca indicou cargos. Já o agora Progressista – à época, Ernani Teixeira estava no PTB – foi franco e desafiou os colegas. “Não sei se tem algum vereador que não teve funcionário na Arki. Eu pedi emprego para um jardineiro.”


ARKI em Lajeado III

Também constam na denúncia encaminhada ao MP os nomes dos vereadores Nilson do Arte e Fabiano Bergmann, ambos do PP. De acordo com os denunciantes, e ao longo desta legislatura, a ARKI contratou, respectivamente, a filha e a esposa dos Progressistas. Há também menção à esposa do ex-coordenador do Departamento de Trânsito e suplente de vereador do PP, Carlos Kayser. A tendência é de que todos sejam ouvidos.


ARKI em Lajeado IV

Para colocar mais lenha na fogueira, o atual presidente da Câmara de Vereadores de Lajeado também provocou os colegas. Nessa terça-feira, em plenário, o vereador Lorival Silveira disparou. Disse que a prática de indicar cargos também fora realizada por vereadores que agora denunciam a prática. E foi taxativo. De acordo com o chefe do Legislativo, a prática também seria corriqueira em governos anteriores.


ARKI em Lajeado V

Sobre tudo isso, eu volto a questionar. Como pode um assunto polêmico ser tratado durante tanto tempo sem que haja a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Vereadores? O que impede os nobres legisladores de buscarem mais respostas por si só? Qual o receio que os ilustres edis possuem e que os impede de abrir um processo tão natural nos legislativos brasileiros? É um mistério!


ARKI em Lajeado VI

Aliás, seria bom avançar neste tema. Prezar pela impessoalidade nas contratações do setor público é uma necessidade urgente. Qualificar o serviço pago pelo contribuinte é obrigação do gestor e do fiscalizador. Logo, sugiro ampliar o tema para outras terceirizadas que já firmaram contrato com o município. Entre essas, o Instituto Continental de Saúde (ICOS) e a Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV).


Zona de conforto

A expressão “zona de conforto”, utilizada no artigo de terça-feira, deu o que falar entre professores. E é necessário avançar no debate. “Zona de conforto” não significa necessariamente trabalhar mais ou menos neste período de pandemia – na média, e por lidarmos com novas ferramentas de trabalho e na companhia integral dos filhos, os brasileiros em geral estão mais ocupados. Sair da “zona de conforto” é entender que a decisão sobre o retorno das aulas presenciais não tem repercussão apenas sobre a classe dos educadores. O buraco é muito mais embaixo.

Há relatos de policiais, médicos, enfermeiros, “topiqueiros”, terceirizados e tantos outros profissionais sendo impactados negativamente com as salas de aula fechadas. Entender isso, e ceder um pouco mais neste difícil momento, também é sair da zona de conforto. E muitos, ou a maioria, entende isso. Se por ventura ofendi alguém com a expressão, eu peço sinceras desculpas. Mas a única intenção é provocar. E, tranquilamente, eu mantenho a provocação. Será que o tanto que estamos fazendo – e é indiscutível o esforço de professores para tentar atender de forma remota – é suficiente?

As mais desenvolvidas nações seguem distantes de um consenso. Mas por lá os debates e as ações avançam. Em solo tupiniquim, são cinco meses de salas fechadas. Em solo tupiniquim, tem prefeito querendo agradar a todos e a todas. Enquanto isso, a disparidade entre o ensino público e o privado, que já era grotesca, aumenta de forma vertiginosa. É um crime fechar os olhos para os mais carentes. O desafio é equalizar o retorno gradativo – híbrido, se necessário – e ao mesmo tempo resguardar alunos, professores, funcionários e pais do Grupo de Risco, monitorar prováveis casos positivos, e reforçar solidamente a estrutura das escolas públicas.


Gerson Teixeira reassume o PDT

O ex-secretário municipal de Segurança Pública de Lajeado, Gerson Teixeira, assume pela terceira vez o PDT local, que possui 1.125 filiados e foi criado em 1981. O documento foi publicado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na terça-feira, dia 24. Ontem pela manhã, ele esteve reunido com o diretório do Partido Progressista. Ou seja, PP e PDT estarão juntos na eleição de novembro.


“Quantos forem necessários”

Em Encantado, o vereador Marino Deves (PP) encaminha um curioso pedido de providências ao poder público. O nobre edil pede para que sejam colocados quebra-molas na Rua Antonio Buffon, que foi recentemente calçada, “verificando a possibilidade de instalar quantos forem necessários (conforme avaliação do Departamento de Trânsito) ao longo da Rua Alegrete”. Cuidado. Por vezes, o menos é mais.

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