MP denúncia ex vice-presidente jurídico do Inter e outras seis pessoas

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MP denúncia ex vice-presidente jurídico do Inter e outras seis pessoas

Crimes teriam ocorrido nas gestões de Vitório Piffero e Marcelo Medeiros. Entre os investigados está o advogado do zagueiro, Danny Morais, e o ex-centroavante e empresário, Christian

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Atualizado quinta-feira,
06 de Agosto de 2020 às 17:30

MP denúncia ex vice-presidente jurídico do Inter e outras seis pessoas
Ex-atacante com três passagens pelo Internacional teria "induzido o clube ao erro" em ação trabalhista
Estado

O Ministério Público do Rio Grande do Sul ofereceu denúncia contra o ex-vice-presidente Jurídico do Internacional, Marcelo Domingues de Freitas e Castro por estelionato, lavagem de dinheiro e por embaraçar investigação relacionada a organização criminosa.

Outras seis pessoas investigadas na continuação da Operação Rebote também responderão na Justiça por envolvimento em acordos fraudulentos firmados com atleta, ex-jogador e empresa de consultoria jurídica.

Os outros denunciados são Leonardo Laporta Costa, advogado do atleta Danny Bittencourt Morais; Henrique Gershenson, administrador de empresas; Christian Correa Dionísio, empresário e ex-jogador; Georgio Chies, gerente de empresas; e as advogadas Sinara Farias Lorenz e Kelly Cristina Rodrigues Fonseca.

CASO DANNY MORAIS

Estelionato e lavagem de dinheiro

Conforme investigação decorrente da Operação Rebote, entre os dias 16 de julho e 26 de agosto de 2015, o então vice-presidente Jurídico do Internacional, Marcelo Castro, em acordo com Leonardo Laporta Costa induziu o clube em erro e obteve, para si, em decorrência dessa conduta, a quantia de R$ 138.750,00. Os denunciados combinaram e colocaram no acordo firmado pelo Internacional com Danny Morais uma cláusula fraudulenta, no montante de R$ 138.750,00, supostamente a ser paga ao jogador, mas destinada a um intermediário, induzindo o clube em erro a fim de propiciar que a referida quantia fosse, em um momento posterior, repassada, por meio de terceiro, a empresas administradas pelo próprio Castro.

Embaraço a investigação relacionada a organização criminosa

Entre 31 de janeiro e 22 de fevereiro de 2018, Marcelo Castro, Henrique Gershenson e Leonardo Laporta Costa embaraçaram a investigação, levada a efeito pelo Ministério Público, sobre possível organização criminosa estabelecida na gestão do Internacional, em 2015 e 2016, ao utilizar artifícios fraudulentos, como a falsificação e posterior utilização de recibo falso (para tentar justificar a fraude efetivada com os acordos trabalhistas).

CASO CHRISTIAN

Estelionato

Entre os dias 10 de junho e 7 de agosto de 2015, Marcelo Castro e o empresário e ex-jogador Christian Correa Dionísio induziram o clube ao erro nos autos de uma reclamatória trabalhista movida pelo próprio ex-atleta. Nesta ação fraudulenta, Marcelo Castro, agindo em concurso com o ex-atleta, obteve para si, em prejuízo ao Internacional, R$ 70 mil, em desvio similar ao que envolveu o acordo firmado com o atleta Danny Morais.

Lavagem de dinheiro

Neste caso envolvendo o ex-atleta Christian, a lavagem de dinheiro se deu por meio do gerente de empresa Georgio Chies. Para que o valor obtido de maneira ilícita não integrasse diretamente o patrimônio do ex-dirigente e nem transitasse de forma imediata por contas bancárias a ele vinculadas, Marcelo Castro incumbiu Christian a repassar os R$ 70 mil para Georgio Chies, que redirecionou o montante à empresa vinculada a Marcelo Castro.

CASO LORENZ & FONSECA ADVOGADOS ASSOCIADOS

Estelionato

Entre 1° de abril de 2015 e 9 de março de 2016, Marcelo Castro e as advogadas Sinara Farias Lorenz e Kelly Cristina Rodrigues Fonseca, por meio de acerto prévio e da inclusão de cláusula e artifícios financeiros no contrato de prestação de serviços de consultoria jurídica ao Internacional, induziram o clube em erro. Nesta ação, Marcelo Castro obteve pelo menos R$ 52.160,00 em prejuízo do Sport Club Internacional ao concretizar uma espécie de “rachadinha”. Dos honorários recebidos pelas advogadas, parte era direcionada ao então dirigente como contrapartida pela indicação.

Lavagem de dinheiro

Mais uma vez, era por meio do gerente de empresas Georgio Chies que o dinheiro retornava para Freitas e Castro. “O denunciado Georgio Chies contribuiu para a prática delituosa ao agir, de forma deliberada e combinada, como operador financeiro de Marcelo Domingues de Freitas e Castro, utilizando a conta corrente pessoal para, em um primeiro momento, receber os valores repassados por Sinara Farias Lorenz e Kelly Cristina Rodrigues Fonseca, e, ato contínuo, redirecioná-los a empresas vinculadas a Marcelo”, escreveu o promotor de Justiça da Promotoria Especializada Criminal, Flávio Duarte.

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