“Os Vales viraram suporte para a região metropolitana”

Leitos lotados

“Os Vales viraram suporte para a região metropolitana”

Diretor executivo do HBB, Cristiano Dickel aborda o impacto para a região com a ocupação dos leitos em Porto Alegre e pede mudança nos critérios das bandeiras

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Atualizado terça-feira,
21 de Julho de 2020 às 09:38

“Os Vales viraram suporte para a região metropolitana”
Dickel participou do programa Frente e Verso
Vale do Taquari

O que o Vale precisa fazer para se manter na bandeira laranja? Esse foi o questionamento do programa Frente e Verso para o diretor executivo do Hospital Bruno Born (HBB), Cristiano Dickel, na manhã de hoje. Ele foi um dos responsáveis pela elaboração dos dados para recurso que reverteu a bandeira vermelha nessa rodada do Distanciamento Controlado do RS.

Principal preocupação, segundo Dickel, é com o avanço da pandemia na região metropolitana e consequente aumento na ocupação dos leitos. Em função disso, percebe que a região deverá estar sempre no vermelho pelo impacto dos números estaduais nos índices da região.

Dickel esclarece que quando os leitos de UTI forem totalmente ocupados em uma região, os pacientes são levados para a macrorregião. Quando a macrorregião tiver 85% dos leitos ocupados, internados vão para outras regiões do estado.

Isso já está ocorrendo. No Vale do Taquari, 62% dos pacientes são de fora. “Os Vales viraram suporte para a região metropolitana. A ocupação de leitos em Porto Alegre vai aumentar e isso pesa para as outras regiões”, afirma ao citar também a região de Santa Cruz do Sul.

Dickel percebe que Porto Alegre trabalhou em ações contar a covid-19 e conseguiu retardar a multiplicação de casos, entretanto o avanço do vírus cresceu muito nas últimas semanas.

Mudança no sistema de bandeiras

Reuniões estão marcadas para hoje sobre o sistema de bandeiras. Dickel destaca que um dos questionamentos é pelo fato dos pacientes de fora computarem na região. Isso influencia cinco dos 11 critérios do Distanciamento Controlado. “Se for pelos dados do estado, vamos estar sempre na bandeira vermelha”, percebe

Dickel pede mudanças no sistema de bandeira. Percebe que o trabalho, como o aumento de leitos na região, pode não ter servido para evitar as restrições comerciais. “Chega um momento que vai desanimar. Tomara que o estado mude os critérios nessa semana”, ressalta.

O diretor do HBB ainda opinou sobre a possibilidade de prefeitos terem mais autonomia no combate ao coronavírus. Para ele, as decisões devem ser tomadas em âmbito regional, no caso do Vale do Taquari, pela Amvat.

Medicamentos para pacientes na UTI

Os sedativos, analgésicos e neurobloqueadores importados do Uruguai chegaram ao HBB no sábado, informou Dickel. A falta desses medicamentos, necessários para os pacientes na UTI que usam respiradores, era uma das preocupações de hospitais da região.

Dickel afirmou que a alta demanda fez o preço aumentar consideravelmente. “Uma ampola que antes custava R$ 9 passou pra mais de R$ 90. Como o medicamento era necessário, depois se avalia a questão do valor”, afirma.

O governo federal importou 54,8 mil unidades de medicamentos do Uruguai. Os produtos, segundo vídeo feito pelo presidente Jair Bolsonaro, foram encaminhados para hospitais do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Ouça a entrevista completa no link:

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